Caros amigos,
Há filosofias que pregam o repúdio a matéria e à materialidade de uma maneira radical.
Todavia temos que lembrar que se ela existe Deus vê nela uma finalidade, que ousamos dizer é a oportunidade de aprender.
Deixamos para vocês um excerto de um texto que assim vê a matéria.
Hino à Matéria
Bendita sejas tu, áspera Matéria, gleba estéril, duro rochedo, tu que não cedes a não ser pela violência, e nos forças a trabalhar se quisermos comer.
Bendita sejas tu, poderosa Matéria, mar violento, paixão indomável, tu que nos devoras, caso não te acorrentemos.
Bendita sejas tu, poderosa Matéria, Evolução irresistível, Realidade sempre nascente, tu que a cada momento fazes explodir as nossas molduras, obrigando-nos a perseguir sempre mais longe a Verdade.
Bendita sejas tu, Matéria universal, Duração sem limites, Éter sem margens – Tríplice abismo das estrelas, dos átomos e das gerações -, tu que transbordas e dissolves nossas estreitas medidas, revelando-nos s dimensões de Deus.
Bendita sejas tu, Matéria impenetrável, tu que, estendida em todo lugar entre nossas almas e o Mundo das essências, nos deixas lânguidos com o desejo de penetrar o véu sem costura dos fenômenos.
Bendita sejas tu, Matéria mortal, tu que, ao te dissociares um dia em nós nos introduzirás, forçosamente, no próprio coração daquilo que existe.
Boa Meditação
Quiron - FRC
Porque estamos aqui?
Antes de mais nada!
Sem desculpas pessoal. A coisa esta feia em minha nova função no trabalho e acho que para a Joana também , mas tentaremos ser mais assíduos OK?
Bem Hoje não citarei ninguém, é um pensamento meu. Eu estava dirigindo para o trabalho e ouvindo uns mantras do "Homen de bem" no rádio do carro. Com de costume me deixei levar pela música e quando vi estava imaginando poder ter uma vida dedicada a busca íntima , ao desenvolvimento místico.
Duas ideias me ocorreram!
Em tempos de MP3 players, streamings e podcasts e com tantas rádios temáticas aproveitemos isso para criar uma aura agradável ao nosso redor. Nos e os outros sairemos ganhando.
Boa meditação!
Quiron FRC
1- Tive o sentimento de que já havia feito aquilo, que já havia dedicado uma vida a esta contemplação; e que desta vez tinha vindo com outro propósito. Mas qual propósito?! Creio ser esta a pergunta mais importante para nos fazermos. Alguns podem dizer " Grande descoberta esta é a mais antiga busca da humanidade." É mesmo, assim como a resposta também é antiga , só que teimamos em não acreditar nela. Viemos para melhorar; por uma caminho especial que só nosso coração sabe. Escuta-o! Que ele falará!
2- Será que esta vida de isolamento é o verdadeiro desafio? Será que é realmente virtuoso aquele que não peca simplesmente porque se isolou do mundo e não sofre tentação. Não tenho uma resposta pronta, mas creio que Deus nos quer como pessoas inteiras. O isolamento e a contemplação são belos, mas não são uma finalidade em si mesmos. A vida é ( como o caminho de Santiago) o caminho das pessoas comuns. Heróis mesmo, são aqueles que enfrentam dia-a-dia a batalha da vida e mantem sua fé e sua virtude.
aproveitando o gancho também lembrei de como podemos mudar o nosso dia apenas escolhendo o que vamos escutar indo para o trabalho. Nem entrarei no mérito das técnicas de " O segredo" , mas convenhamos que uma boa música ajuda a começar de bom humor e que bom humor ajuda a resolver os problemas.
Boa meditação!
Quiron FRC
Eu sei, mas não devia
Oi amigos, queria compartilhar com vocês um texto que rendeu à autora, Marina Colasanti, um prêmio Jabuti.
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Como já disse antes, e nunca me cansarei de repetir, tenho como filosofia de vida o seguinte:
Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana.
Essa é apenas uma vida...de muitas que já foram e algumas que ainda virão...
Precisamos aproveitá-la...em toda sua plenitude...e aprender, o máximo que pudermos...sem nos acostumarmos com o que não nos traz felicidade!
Sugiro que meditemos a respeito...
Bjs e um ótimo final de semana.
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Como já disse antes, e nunca me cansarei de repetir, tenho como filosofia de vida o seguinte:
Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana.
Essa é apenas uma vida...de muitas que já foram e algumas que ainda virão...
Precisamos aproveitá-la...em toda sua plenitude...e aprender, o máximo que pudermos...sem nos acostumarmos com o que não nos traz felicidade!
Sugiro que meditemos a respeito...
Bjs e um ótimo final de semana.
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