O simbolismo Maçônico e o Tarot
Traduzido de Philosofical society
Uma imagem vale mais que mil palavras? Em nossa sociedade moderna, a maioria está familiarizada com as cartas do Tarô como forma de adivinhação ou leitura da sorte. No entanto, existe um significado mais profundo e esotérico associado ao Tarô. Existe uma lenda relacionada ao Tarot que conta a história de um grupo de adeptos viajando por uma floresta encantada. Ao longo do caminho, esses indivíduos perderam a voz e só conseguiram se comunicar por meio da exibição de cartas de tarô uns aos outros. Por meio do exercício da relação por meio de símbolos, os adeptos puderam navegar para fora da floresta e para a luz. O que é o Tarô e que relação o Tarô tem com a Maçonaria?
O sistema do tarot
Em um nível superficial, o Tarot é um baralho de 78 cartas, cada uma com sua própria imagem e significado distintos. Embora muitos tenham usado as cartas como ferramenta de adivinhação, as cartas do Tarô também podem representar um oráculo misterioso de conhecimento oculto. As cartas do Tarô são divididas em dois grupos separados: os Arcanos Maiores e os Arcanos Menores. Os Arcanos Menores consistem em 56 cartas divididas em 4 naipes: Paus, Copas, Espadas e Ouros, e 4 cartas da corte: Pajem, Cavaleiro, Rei e Rainha.
Herbert A. Simon, ganhador do Prêmio Nobel, apresenta este sentimento esclarecedor relacionado ao Tarô: “um símbolo é simplesmente o padrão, feito de qualquer substância que seja usada para denotar ou apontar para algum outro símbolo, objeto ou relação entre objetos. O que ele aponta é chamado de significado.” Ao ler as cartas do Tarô simbolicamente, cada pessoa é capaz de adivinhar seu próprio significado e verdade.
Origens históricas do Tarot
A origem histórica do Tarot é envolvida em mistérios. O estudioso francês Court de Gebélin escreveu que o Tarot foi o único livro dos antigos egípcios que escapou do incêndio da grande Biblioteca de Alexandria.
Dizia-se que este livro continha “o mais puro conhecimento de assuntos profundos” possuído pelos sábios do Egito. Depois que a biblioteca foi destruída, um grupo de sábios se reuniu em Fez, Marrocos, e decidiu preservar os segredos deste antigo texto em forma pictórica nas cartas do Tarô.
Há um consenso geral de que as imagens nas cartas representavam a recontagem visual dos segredos e mistérios antigos, com diferentes relatos da sabedoria, seja egípcia, zoroastrismo ou da tradição gnóstica. Os símbolos descritos nas cartas forneciam uma maneira de manter os segredos seguros, exceto para aqueles preparados para recebê-los. As cartas foram trazidas para a Europa, supostamente como resultado das Cruzadas, mas foram suprimidas durante a inquisição da Igreja Católica na Idade Média.
Tarot e a Cabala
Muitos estudiosos esotéricos têm procurado compreender o Tarot por meio da Cabala, os ensinamentos místicos do Judaísmo. Kabbalah foi traduzido para significar “receber”, de Deus, o Eterno. Referida como uma divindade" UNA"; ele/ela, seria realmente dupla em natureza, incluindo o aspecto masculino, Adonai, e o aspecto feminino, a Sagrada Shechiná. A Árvore da Vida Cabalística, mostrada acima, é particularmente útil para compreender e interpretar o Tarô. A Árvore da Vida consiste em dez esferas, conhecidas como Sefirot, que são conectadas por 22 caminhos diferentes, expressando diferentes interações entre as Sefirot: Reino, Fundação, Vitória, Esplendor, Beleza, Misericórdia, Severidade, Sabedoria, Compreensão e Coroa. Cada caminho corresponde a uma letra do alfabeto hebraico, que contém 22 letras. Da mesma forma, o baralho do Tarô contém dez cartas numeradas em cada naipe dos Arcanos Menores e 22 cartas nos Arcanos Maiores.
Maçonaria e o Tarot
Qual é a relação entre o Tarot e a Maçonaria? Para começar, temos um baralho de tarô com tema maçônico: o baralho do esquadro e compasso, que é exibido acima. Conexões mais profundas também existem, incluindo a jornada simbólica do iniciado na Maçonaria. O Tarot foi descrito como simbolizando o caminho de iniciação ou uma jornada para a reintegração com o verdadeiro eu. "Conheça a si mesmo" é um lema da Arte e as vinte e duas cartas dos Arcanos Maiores do Tarô fornecem ferramentas úteis para reflexão para aqueles interessados em fazer o trabalho. As cartas revelam estágios de uma jornada arquetípica do homem, com cada cartão representando um estágio a ser encontrado por cada indivíduo em seu caminho de vida.
Como o Tarô, as origens da Maçonaria são difíceis de rastrear e veladas em mistério, e ambos os sistemas evoluíram ao longo da história, no entanto, sua substância essencial permanece inalterada. O erudito maçônico, A.E. Waite, postula que o Tarô e a Maçonaria estão ambos conectados à Lenda do Santo Graal. Em seu livro A Igreja Oculta do Santo Graal, Waite apresenta sua crença conclusiva de que o Tarot é a “lenda canônica das Relíquias do Graal”, ligando o personagem Percival, o Louco do baralho de Tarô, ao Maçom em busca de luz.
Alternativamente, o escritor maçônico Manly P. Hall argumentou que os Arcanos Maiores representam os 22 capítulos do Livro das Revelações: um mapa espiritual para alcançar a unidade com Deus.
Foi dito que as pessoas vêm à Maçonaria para lembrar o que foi esquecido; que todo o conhecimento já existe conosco. Por meio dos sinais, símbolos e imagens do Tarô, o buscador é direcionado a relembrar o ensinamento universal de que somos todos iguais em essência, cada um viajando pela mesma estrada, apesar das diferenças percebidas na forma.
Autor: A Paulionnis Phelen
Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães