O poder das palavras
Traduzido de The masonic philosophical society
Vamos tentar uma experiência. Feche os
olhos e imagine uma realidade diferente – um mundo onde as palavras que você
fala imediatamente se concretizam. Uma realidade onde se você, por exemplo,
dissesse a um amigo "que se exploda" em uma brincadeira em uma festa,
ele seria ferido em um acidente de carro que explodiu na colisão. Com que
cuidado você escolheria suas palavras? Quanto planejamento e premeditação você
colocaria antes de falar em público, escrever ou em apenas uma conversa causal?
A maçonaria nos lembra, consciente e
inconscientemente, que nossas palavras importam – que nossas expressões verbais
refletem para o exterior, irradiam com intenção e exibem uma imagem daquilo que somos
por dentro. Qualquer maçon que se preparou para um exame de grau sabe que é uma
tarefa árdua realizar uma recitação "ao pé da letra" (no Rito de York
o candidato deve citar certas partes do ritual de memória para ser alçado ao
grau seguinte N do T). O Ritual Maçônico permaneceu praticamente inalterado por
séculos, apesar da linguagem arcaica e dos padrões linguísticos desatualizados,
por uma razão. As palavras importam!
Os versos introdutórios do Evangelho de São
João falam sobre este tema:
"No início
era o verbo. E o verbo estava com Deus. E o verbo era Deus.”
― O Evangelho de São João,
1:1
A maçonaria honra o poder da palavra
falada através da lição bíblica que teve a afirmação verbal de Deus para criar
o Universo. Deus disse: "Que haja luz." E a Luz se fez. Deus disse: "Vamos
fazer o homem à nossa imagem, depois de nossa semelhança: e deixá-los ter
domínio sobre..." toda a Terra e cada ser vivo nela. E, foi assim, que
a Humanidade começou este grande experimento conhecido como encarnação em forma de matéria.
Fundada no conhecimento das verdades
universais, a Fraternidade Maçônica admoesta com razão seus membros a serem
cautelosos na comunicação – que a primeira lição que todo ser humano deve
dominar é ficar em silêncio e passivo. A Maçonaria instila em seus iniciados o
propósito vital da ritualística "ao pé da letra", a memorização de
informações-chave, e a grande necessidade de uma hierarquia pela qual aqueles
que "sabem" melhor, com mais experiência e com o maior autocontrole,
são colocados em lugares de autoridade para capitanear e guiar nosso navio
através de águas turbulentas, sons tumultuados e tremenda escuridão.
O que distingue um Maçom da multidão?
Talvez, seja simplesmente a consciência
de seu próprio poder para criar com seus pensamentos, palavras e ações. Que ele
está ciente de que as palavras que saem de sua boca têm o poder de elevar, bem
como de derrubar, criar ou destruir. Assim, ele é ensinado a ser cauteloso e a
usar as ferramentas que lhe deram, com prudência e justiça. Sua
verdadeira essência – que compartilha com toda a Humanidade – é moldada na
imagem de seu Criador Divino. Será que seria a Sua vontade empregar o método
científico em sua própria vida para descobrir a Verdade? Ou tentar obter
conhecimento por experiência para alcançar a verdadeira Sabedoria?
Para isso, você pode retrucar:
"Impossível! Absurdo!" Esse é o seu direito de escolher com livre
arbítrio, no entanto, considere essas palavras de despedida:
"Toda alma está
engajada em um grande trabalho - o trabalho de libertação pessoal do estado de
ignorância. O mundo é uma grande prisão; suas barras são o Desconhecido. E cada
um é um prisioneiro até que, finalmente, ganhe o direito de arrancar essas
barras de suas velhos encaixes, e passe a ser, iluminado e inspirado na
escuridão, que se torna iluminada por essa presença."
― Manly P Hall, As Chaves Perdidas da
Maçonaria
Traduzido
por Paulo Maurício M. Magalhães