LANDMARKS
Portanto,
os Landmarks são aquelas marcas peculiares pelas quais somos capazes de designar
nossa herança. Eles definem o que está sendo passado para nós. No caso da
maçonaria, eles são chamados de marcos da ordem.
Quais são os Landmarks da ordem? Quais são
"essas marcas peculiares pelas quais somos capazes de designar nossa
herança maçônica?"
Os
Landmarks também são, por definição, intocáveis. "Os Landmarks são aqueles
fundamentos da maçonaria sem qualquer um dos quais não seria mais
maçonaria", disse o Ir⸫. Melvin M. Johnson, Ex-Grão-Mestre de
Massachusetts em 1923.
Desta
forma, Landmarks são usos e costumes, leis e regulamentos, universalmente reconhecidos,
existentes desde os tempos imemoriais, considerados os fundamentais princípios da Ordem. Teve
origem da palavra inglesa "land", que significa terra e
"mark", marca. Antigamente, era a "marca-limite" de
propriedade de terras (Landmark).
O problema é que os Landmarks foram compilados por vários irmãos em vários contextos e segundo
visões filosóficas diferentes, resultando em listas diferentes, como por
exemplo:
· São somente 3 para Alexandre S. Bacon e Chetwood
Crawley;
· 5 para Albert Pike,
aceitos por Morivalde Calvet Fagundes e José Castellani;
· 6 para Jean Pierre Berthelon, para Carr e para a Grande Loja
de Nova York, tomando por base os capítulos em que se dividem as Constituições
de Anderson.
· 7 para Roscoe Pound e o cubano Carlos F.
Betancourt, adotados pela Grande Loja da Virgínia;
· 8 para a Grande Loja de Massachusetts, repetindo a
relação de Mackey, apenas diminuindo-lhe a numeração;
· 9 para J. G. Findel, aceitos pelo Rito Moderno;
· 10 para a Grande Loja de Nova Jersey;
· 12 para A. S. MacBride;
· 14 para Joaquim Gervásio de Figueiredo;
· 15 para John W. Simons adotados pela Grande Loja do
Tennessee;
· 17 para Robert Morris;
· 19 para Luke A. Lockwood adotados pela Grande Loja
de Connecticut;
· 20 para a Grande Loja Ocidental da Colômbia;
· 23 para a Grande Loja de Louisiana;
· 25 para Albert G. Mackey
e Chalmers I. Paton, aceito pela maior parte da maçonaria Brasileira;
· 26 para a Grande Loja de Minnesota;
· 29 para Henri A. Lecerff;
· 31 para o Rev. George Oliver;
· 54 para H. G. Grant adotados pela Grande Loja de
Kentucky.
e a lista segue........
Como vemos, fica difícil nos referirmos a uma lista definitiva de Landmarks imutáveis, o que dificulta a conciliação com a própria definição do termo Landmark. A verdade é que até 1858 nenhuma tentativa tinha sido feita por qualquer escritor maçônico para escrever uma coletânia organizada de Landmarks. Naquele ano, Albert Mackey fez a primeira tentativa, quando publicou "A Fundação da Lei Maçônica" em uma revisão maçônica, onde ele estabeleceu vinte e cinco Landmarks. Posteriormente, publicou a lista em um livro intitulado “Text Book of Maçonic Jurisprudence”. Talvez por serem uma primeira coletânea, estes vinte e cinco foram geralmente aceitos pelos maçons americanos da época e são hoje pelo Brasil.
“Os princípios fundamentais da antiga
Maçonaria Operativa eram poucos e simples e não se chamavam Landmarks.”
Albert Pike
Segundo alguns autores, para que uma regra ou norma seja considerada Landmark tem que reunir em si vários requisitos:
- Antiguidade, isto é, deve existir desde um tempo imemorial. Por isso, se hoje as Autoridades maçônicas pudessem reunir-se e decretar juntas uma lei universal, esta não seria absolutamente um Landmark;
- Espontaneidade e generalidade, isto é, o Landmark não tem autor conhecido, não se origina de nenhuma autoridade pessoal, só é Landmark todo uso universal, de origem desconhecida;
- Invariabilidade e irrevogabilidade, isto é, todo Landmark é inalterável;
Com isso, os Landmarks constituem, na verdade, um problema de difícil aplicação, além disso nenhuma relação de Landmarks chegou a ser publicada com unânime aceitação. Filosoficamente talvez se devesse usar os princípios das Old Charges ou os conceitos mais abertos das listas mais curtas. Na prática, deve-se seguir o conjunto adotado pela sua obediência, ficando o resto para fins de estudo e meditação
“Evidentemente, o problema dos Landmarks continuará sem solução possível, e de nada irá adiantar a melhor definição ou a melhor compilação apresentada, porque sempre será um trabalho estabelecido sobre a areia. Como já tivemos oportunidade de dizer para nós, os Landmarks, e particularmente os de Mackey, que obtiveram o maior sucesso, representam, ou para melhor dizer, pretenderam representar dentro da Maçonaria o mesmo papel que as Falsas Decretais desempenharam, outrora, dentro da Igreja Católica.”
Nicola Aslan
Para
os maçons que adotam os Landmarks, esta palavra tem o mesmo sentido que na
Bíblia; isto é, expressa a ideia de um grande rochedo sagrado e inamovível.
Por
outro lado, não devemos esquecer que os próprios artigos da “Constituição” de
1723, dita de Anderson, e muito especificamente o primeiro artigo, foram várias vezes
alterados pela Grande Loja da Inglaterra. E mais do que isso, apesar da
referência para a observação dos Landmarks, estes nunca foram definidos por
aquela Grande Loja. Assim, em seu “Freemasons Guide and Compendium”, Bernard E.
Jones escreve:
“Seria impossível, portanto, alguém dogmatizar em matéria em que a Grande Loja não fez qualquer pronunciamento, e em que os Maçons com experiência não podem concordar.
O que, com muita prudência, a Grande Loja de Inglaterra não quis definir, alguns autores trataram de fazê-lo."
Bernard E. Jones