Três, cinco e sete;
Quais seus significados Maçônicos?
O Número Três
Por ser síntese do um e do dois, o três é visto por muitos povos
como um número bastante destacado, que simboliza o princípio totalizador, a
mediação; ao contrário do quatro, o "número-Terra" (material), o três é um
número do Céu (espiritual).
Seu significado simbólico universal remonta à tríade elementar
vivenciada na complementação produtiva do homem, da mulher e do filho. O três
também fundamenta inúmeros sistemas e estruturas de pensamento; assim, o
cristianismo, por exemplo, conhece as três virtudes: fé, amor e esperança; a
alquimia, os três princípios básicos: enxofre, sal e mercúrio etc. As tríades
divinas são conhecidas em muitas religiões.
O 1 em 3 e o 3 em 1, tal parece ser a definição
universal da divindade.
Em sânscrito, são as três letras: A U M. É também o ternário: sat, chit, ananda
(existência, espírito, vida).
As três Hipóstases dos neoplatônicos;
Pai, Filho, Espírito, no cristianismo;
Sol, Lua Terra, nas religiões naturalistas;
Osíris, Ísis, Hórus, no Egito (Chaboche);
Maçonicamente, os três primeiros passos
representam os três principais oficiais de uma Loja, e – embora não declarados
no ritual – devem sempre se referir à Deidade, da qual o triângulo é o símbolo
mais antigo.
Sua principal implicação aqui é assegurar ao aprendiz, que começa sua ascensão, que ele não sobe sozinho. O aprendiz está cercado pela ritualística
maçônica. Os irmãos estão ali para ajudá-lo a evoluir.
Em sua busca pela verdade e em sua busca por
seus salários na Câmara Do Meio, o maçom deve receber o apoio e assistência de
todos no seu Círculo Místico (a própria loja); certamente um símbolo
impressionante.
Os "três pontos" maçônicos tiveram
origem na França com uma visão da cosmogonia numeral. A
"triangulação" simbólica se encontra igualmente no ensinamento R + C.
Nessas filosofias, encontram-se ternários como:
"Pensar bem, agir bem, fazer bem".
"Liberdade, igualdade, fraternidade".
"Passado, presente, futuro".
"Sabedoria, força, beleza", etc.
O Número Cinco
Cinco sempre foi um número sagrado e místico,
por ser a soma do primeiro número par e do primeiro número ímpar (dois e três,
desde que não se considere o um, um número verdadeiro). Também é o centro gráfico
facilmente representável do quadrilátero. O
número cinco é visto frequentemente como excepcional. Os pitagóricos
consideravam-no símbolo do casamento e da síntese, pois é união do dois e do
três.
Era, portanto, simbOLO da felicidade e da
miséria, nascimento e morte, ordem e desordem – ou seja, a vida como era
vivida.
O Egito conhecia cinco planetas menores,
cinco elementos, cinco poderes elementares.
Os gregos tinham quatro elementos e
adicionavam éter, o desconhecido, fazendo um cosmos de cinco.
Cinco é peculiarmente o número do Grau de companheiro;
representa o grupo central dos três grupos que formam a escada em caracol;
refere-se às cinco ordens de arquitetura; cinco são necessários para uma loja de
companheiro; há cinco sentidos humanos; geometria é a quinta ciência, e assim
por diante.
Nas Escadas Sinuosas o número cinco representa
primeiro as cinco ordens de arquitetura.
Os alquimistas procuravam com a quintessência (a quinta
substância, isto é, o quinto elemento, acrescentando-se aos outros quatro) o
espírito que cria e guarda a vida; a reincidência do cinco, observadas muitas
vezes nos ornamentos das igrejas cristãs da Idade Média, relaciona-se
provavelmente com essas concepções. Isso nos lembra a necessidade de transcender
o material (o quatro) para atingir o divino, o cinco; mas que este divino se
fecha no próprio ser humano (a imagem do GADU) como nos lembra o Homem vitruviano.
O Número Sete
O mais potente dos números nas religiões antigas, o número sete tem um significado profundo. Os pitagóricos o chamavam de número perfeito, composto por três e quatro, as duas figuras perfeitas, triângulo e quadrado.
Era o número virgem porque não pode ser multiplicado para produzir qualquer número dentro de dez, assim como dois e dois, dois e três, e dois e quatro, três e três.
Também não pode ser produzido pela
multiplicação de nenhum número inteiro.
Nossos ancestrais conheciam sete planetas,
sete Plêiades, sete Híades,
e sete luzes queimadas diante do Altar de Mithras.
Os Godos tinham sete deidades: Sol, Lua,
Tuisco, Woden, Thor, Friga, e Seatur ou Saturno, dos quais derivamos os nomes
dos sete dias da nossa semana.
Nos mistérios góticos, o candidato encontrou
sete obstáculos.
Os judeus antigos juraravam por sete, porque era necessário sete testemunhas para confirmar e sete sacrifícios oferecidos para
atestar a verdade.
O sábado é o sétimo dia; Noé tinha sete dias
de aviso da inundação; Deus criou o céu e a terra em seis dias e descansou no
sétimo dia; as paredes de Jericó foram circuladas sete vezes por sete
sacerdotes com sete chifres de carneiros; o Templo levou sete anos na
construção, e assim por diante através de mil referências.
Não podemos deixar de lembrar dos sete
necessários para abrir uma loja de Aprendiz, os sete oficiais originais de uma Loja
(alguns agora têm nove ou dez ou até mais) e os sete passos que completam a
escada em caracol para mostrar que sete é um número importante na Fraternidade.
As Sete Artes e Ciências Liberais
Na época de William
Preston (1742 - 1818) uma educação liberal foi composta no estudo da gramática,
retórica e lógica (chamado trivium), e aritmética, geometria, música e
astronomia (chamado quadrivium).
Preston se esforçou para comprimir em sua instrução
da Câmara do meio o suficiente para deixar pelo menos um esboço disponível para aqueles que nada soubessem destes tópicos.
Em nossos dias, infelizmente, os termos gramática e retórica
são consideradas de importância secundária;
A lógica é percebida como um
estudo do raciocínio adequado a qualquer assunto em particular.
A aritmética, é claro, continua com sua grande importância; mas do ponto de vista da ciência, a geometria e seus
desdobramentos ainda são as ciências vitais da medição.
A música deixou de fazer parte de uma educação
liberal; é agora uma das artes, não mais vista como uma ciência.
A astronomia (na época relacionada com a
astrologia) é tão inter-relacionada com a física que é difícil separá-las.
Quanto à eletricidade, química, biologia,
civismo, política e ciências físicas, elas mal eram sonhadas na época de
Preston.
Mas não devemos nos recusar a crescer porque o ritual não cresceu com a descoberta moderna. Quando falamos da Gramática e retórica, devemos considerar que elas significam não apenas a linguagem, mas todos os métodos de comunicação.
Portanto, os sete degraus não são mais degraus
concretos, não delimitam mais as sete disciplinas específicas a serem
dominadas, mas simbolicamente apontam a necessidade de um saber amplo para
sermos realmente livres; pois a liberdade não convive com a ignorância.
William Preston, que colocou uma
interpretação tão prática sobre esses passos, viveu em uma época em que estes
realmente representavam todo o conhecimento.
O passo da Lógica significa um conhecimento
não apenas de um método de raciocínio, mas de todo o raciocínio que os lógicos
realizaram.
Quando pensamos em Aritmética e Geometria,
devemos visualizar toda a ciência; uma vez que a ciência é a arte da medição,
no verdadeiro sentido matemático, dispensa ilações e nos ensina que a obra do
GADU é perfeita e não aceita concessões à verdade.
O passo denominado Música significa não
apenas sons doces e harmoniosos, mas toda beleza – poesia, arte, natureza,
estética de qualquer tipo. Não é à toa que esta é uma das colunas de uma loja. Não estar familiarizado com a beleza que a
natureza proporciona é ser menos que um homem, apenas uma alma faminta.
Quanto ao passo da Astronomia,
certamente significa não apenas um estudo do sistema solar e das estrelas, como
fazia na época de William Preston, mas também um estudo de tudo o que está além
da Terra; do espírito e do mundo transcendente, da ética, da filosofia, do
abstrato – do cosmos. Uma meditação que por seu tamanho nos põe em nossa verdadeira
perspectiva na criação.
Preston fez seu melhor; seus sete passos são lógicos
e sugestivos para o crescimento da ordem ainda hoje. Como memória disso os sete pingentes no avental de um maçom (varia seu uso de acordo com o rito e obediência, em alguns casos sendo reservado aos MI) lá estão para nos relembrar da necessidade do domínio destas Sete Artes.
O verdadeiro maçom verá neles um guia para a
criação de um homem rico em mente e espírito, único meio pelo qual as demais
riquezas podem ser praticadas.
Traduzido e adaptado de: The
Square Magazine e do Dicionário
de símbolos
Artigo original por: Carl H. Claudy