O Simbolismo Maçônico e o Tarot

 O simbolismo Maçônico e o Tarot


Traduzido de Philosofical society


Uma imagem vale mais que mil palavras? Em nossa sociedade moderna, a maioria está familiarizada com as cartas do Tarô como forma de adivinhação ou leitura da sorte. No entanto, existe um significado mais profundo e esotérico associado ao Tarô. Existe uma lenda relacionada ao Tarot que conta a história de um grupo de adeptos viajando por uma floresta encantada. Ao longo do caminho, esses indivíduos perderam a voz e só conseguiram se comunicar por meio da exibição de cartas de tarô uns aos outros. Por meio do exercício da relação por meio de símbolos, os adeptos puderam navegar para fora da floresta e para a luz. O que é o Tarô e que relação o Tarô tem com a Maçonaria? 



O sistema do tarot

Em um nível superficial, o Tarot é um baralho de 78 cartas, cada uma com sua própria imagem e significado distintos. Embora muitos tenham usado as cartas como ferramenta de adivinhação, as cartas do Tarô também podem representar um oráculo misterioso de conhecimento oculto. As cartas do Tarô são divididas em dois grupos separados: os Arcanos Maiores e os Arcanos Menores. Os Arcanos Menores consistem em 56 cartas divididas em 4 naipes: Paus, Copas, Espadas e Ouros, e 4 cartas da corte: Pajem, Cavaleiro, Rei e Rainha.

O significado dos Arcanos representa "o que é necessário saber, descobrir, antecipar, para ser frutífero e criativo em seus esforços possíveis." Arcana é derivado das palavras latinas "Arca", que significa "Baú" e "Arcere" que significa "Fechar ou encerrar". Assim, Arcanum representa simbolicamente um baú de tesouro bem fechado que contém um significado secreto.

Herbert A. Simon, ganhador do Prêmio Nobel, apresenta este sentimento esclarecedor relacionado ao Tarô: “um símbolo é simplesmente o padrão, feito de qualquer substância que seja usada para denotar ou apontar para algum outro símbolo, objeto ou relação entre objetos. O que ele aponta é chamado de significado.” Ao ler as cartas do Tarô simbolicamente, cada pessoa é capaz de adivinhar seu próprio significado e verdade.


Origens históricas do Tarot

A origem histórica do Tarot é envolvida em mistérios. O estudioso francês Court de Gebélin escreveu que o Tarot foi o único livro dos antigos egípcios que escapou do incêndio da grande Biblioteca de Alexandria.

Dizia-se que este livro continha “o mais puro conhecimento de assuntos profundos” possuído pelos sábios do Egito. Depois que a biblioteca foi destruída, um grupo de sábios se reuniu em Fez, Marrocos, e decidiu preservar os segredos deste antigo texto em forma pictórica nas cartas do Tarô.


Há um consenso geral de que as imagens nas cartas representavam a recontagem visual dos segredos e mistérios antigos, com diferentes relatos da sabedoria, seja egípcia, zoroastrismo ou da tradição gnóstica. Os símbolos descritos nas cartas forneciam uma maneira de manter os segredos seguros, exceto para aqueles preparados para recebê-los. As cartas foram trazidas para a Europa, supostamente como resultado das Cruzadas, mas foram suprimidas durante a inquisição da Igreja Católica na Idade Média.

Tarot e a Cabala

Muitos estudiosos esotéricos têm procurado compreender o Tarot por meio da Cabala, os ensinamentos místicos do Judaísmo. Kabbalah foi traduzido para significar “receber”, de Deus, o Eterno. Referida como uma divindade" UNA";  ele/ela, seria realmente dupla em natureza, incluindo o aspecto masculino, Adonai, e o aspecto feminino, a Sagrada Shechiná. A Árvore da Vida Cabalística, mostrada acima, é particularmente útil para compreender e interpretar o Tarô. A Árvore da Vida consiste em dez esferas, conhecidas como Sefirot, que são conectadas por 22 caminhos diferentes, expressando diferentes interações entre as Sefirot: Reino, Fundação, Vitória, Esplendor, Beleza, Misericórdia, Severidade, Sabedoria, Compreensão e Coroa. Cada caminho corresponde a uma letra do alfabeto hebraico, que contém 22 letras. Da mesma forma, o baralho do Tarô contém dez cartas numeradas em cada naipe dos Arcanos Menores e 22 cartas nos Arcanos Maiores.


Maçonaria e o Tarot

Qual é a relação entre o Tarot e a Maçonaria? Para começar, temos um baralho  de tarô com tema maçônico: o baralho do esquadro e compasso, que é exibido acima. Conexões mais profundas também existem, incluindo a jornada simbólica do iniciado na Maçonaria. O Tarot foi descrito como simbolizando o caminho de iniciação ou uma jornada para a reintegração com o verdadeiro eu. "Conheça a si mesmo" é um lema da Arte e as vinte e duas cartas dos Arcanos Maiores do Tarô fornecem ferramentas úteis para reflexão para aqueles interessados em fazer o trabalho. As cartas revelam estágios de uma jornada arquetípica do homem, com cada cartão representando um estágio a ser encontrado por cada indivíduo em seu caminho de vida.


Como o Tarô, as origens da Maçonaria são difíceis de rastrear e veladas em mistério, e ambos os sistemas evoluíram ao longo da história, no entanto, sua substância essencial permanece inalterada. O erudito maçônico, A.E. Waite, postula que o Tarô e a Maçonaria estão ambos conectados à Lenda do Santo Graal. Em seu livro A Igreja Oculta do Santo Graal, Waite apresenta sua crença conclusiva de que o Tarot é a “lenda canônica das Relíquias do Graal”, ligando o personagem Percival, o Louco do baralho de Tarô, ao Maçom em busca de luz.

Alternativamente, o escritor maçônico Manly P. Hall argumentou que os Arcanos Maiores representam os 22 capítulos do Livro das Revelações: um mapa espiritual para alcançar a unidade com Deus.

Foi dito que as pessoas vêm à Maçonaria para lembrar o que foi esquecido; que todo o conhecimento já existe conosco. Por meio dos sinais, símbolos e imagens do Tarô, o buscador é direcionado a relembrar o ensinamento universal de que somos todos iguais em essência, cada um viajando pela mesma estrada, apesar das diferenças percebidas na forma.


Autor: A Paulionnis Phelen

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

Maçonaria e retenção de membros

 Maçonaria e retenção de membros


Traduzido de: Tetraktys 


Em um artigo que o Freemasonry.com publicou no mês passado, um irmão dos Estados Unidos da América escreve sobre a questão da diminuição da filiação maçônica em seu país. Por que devemos nos
preocupar na Inglaterra? Porque, a menos que sejam tomadas medidas que vão além de uma campanha de recrutamento suave, até mesmo a Maçonaria deste lado do Oceano Atlântico passará por uma crise semelhante.

Não é que a Maçonaria não seja pura em seus objetivos, seus valores e crenças; apenas que aquelas assembleias de homens bons que se reúnem na praça se assemelham cada vez mais a clubes sociais do que a lojas maçônicas.


Recentemente - diz o irmão Milliken - os maçons ficam consternados com todas as conversas sobre afiliação, taxas de loja, vestimentas, grandes proclamações e outras questões que eles acreditam trazer (...) debates indevidos e divisões na Arte.

Para eles, o simbolismo, as virtudes, a moralidade e o efeito positivo que todas essas coisas têm em nossa alma são as únicas coisas que devem ser faladas na comunidade maçônica.

Eles são os maçons filosóficos ou intelectuais.

Quem se importa onde a gente se encontra, dizem eles, ou como somos e quantos de nós estamos presentes nas nossas reuniões (...). Eles vêem a Maçonaria como uma filosofia que pode existir independentemente de sua estrutura, porque uma filosofia não requer administração ou infraestrutura. Requer pensamento, iluminação e prática pessoal sem incumbências. Não precisa de um prédio, nem de um líder, nem de qualquer autoridade imposta a ele. A Maçonaria é indestrutível; é um percurso pessoal (…) que requer apenas um compromisso pessoal com os seus ideais e uma mensagem de mudança de vida.

Do outro lado da divisão, temos os Maçons Estruturais e Administrativos, que nos dizem que (...) uma Sociedade, uma Fraternidade sem estrutura é anarquia. Na verdade, ela deixa de ser uma Fraternidade porque o que se perde é o relacionamento interpessoal, o contato pessoal, a camaradagem.

(...) Mas se você vai ter uma infraestrutura como um templo, um ritual, um dogma, um catecismo, uma liderança, então - dizem aqueles maçons - você vai ter regras e leis. Taxas de filiação, orçamentos, vestimentas, qualificações, etc. tornam-se assim questões justificáveis.

O irmão Milliken acrescenta que na América as lojas pararam de ensinar o que a Maçonaria tem a oferecer e, em vez disso, apenas falam da boca para fora sua filosofia; ao passo que as Lojas na Europa, ele escreve, são do tipo filosófico. Acho que ele não está bem informado e que o velho ditado “a grama sempre é mais verde do outro lado da cerca” nunca saiu de moda!

Em minha experiência, mesmo na Inglaterra, as lojas maçônicas gastam uma parte considerável de seu

tempo levantando fundos, reuniões sociais, ações comunitárias, trabalho de caridade, conhaque e charuto ou jantares superficiais! E é exatamente isso que os está levando a um número cada vez menor, pois nem tudo agrada a todos, desde o aprendiz até o mestre adorador. Os maçons podem muito bem mudar de nome e chamar-se Cavalheiros Distintos, continuar com as atividades mencionadas acima e abandonar a pretensão de almejar fazer de um homem bom uma pessoa melhor através do ensino dos antigos costumes e da arte secreta do Ofício.

Os maçons têm algo de grande a oferecer, mas praticam coisas mundanas, o tipo que qualquer pessoa poderia obter em qualquer outra organização. Eles também recebem diretrizes para se comportarem como amigos fiéis, para sempre sorrir, para se abster ou serem leves em seus comentários, para serem prestativos e parecerem interessados em todas as pessoas que encontram. Na verdade, se você navegar na web e visitar sites como Twitter, Facebook ou WhatsApp, vai ler muitas mensagens deixadas por maçons que o lembram de intercâmbios de alunos de escolas públicas. Eles brincam, fazem piadas, eles escrevem sobre assuntos de absolutamente nenhuma importância e relevância para a Maçonaria do “tipo filosófico”. Muitos maçons também repetem o ritual, nada ensinam aos Aprendizes sobre nossos segredos, sempre se congratulam pelo pouco que fazem e elogiam os aprendizes por qualquer coisa - que eles nunca realmente põem à prova - e os deixam progredir pelos graus da Loja com ou sem merecimento.

Qual é então o caminho a seguir?

Há uma solução para o problema, diz o irmão Milliken, mas requer que os administradores da maçonaria coloquem de volta em sua loja um programa de estudo e educação  bem elaborado ​na Maçonaria Esotérica. Essa deve ser a ênfase da loja, pois é isso que distingue a Maçonaria de todas as outras organizações que fazem caridade; como o Rotary Club, o Lyons Club, a Oddsfellow Society, por exemplo.

Durante os últimos anos, as províncias da UGL realizaram uma campanha de recrutamento, permitindo que as lojas maçônicas se anunciassem e tivessem uma presença na web. Porém, por mais bem-sucedida que essa campanha de recrutamento possa continuar a ser, o maior problema que a Maçonaria continuará a ter não é o número de membros, mas a retenção e qualidade dos iniciados.

Iniciados - muitas vezes atraídos para a Maçonaria pela curiosidade ou a falsa crença de que seu status na sociedade será aprimorado ao se tornarem Maçons - juntam-se à nossa Ordem e logo depois descobrem que não levamos nossa própria filosofia a sério. Os fervorosos maçons entre eles, então, tomarão dois cursos de ação para demonstrar seu desapontamento: 

a) eles adormecerão 

b) eles se tornarão maçons ausentes, jogando assim suas lojas de volta no caminho de um futuro incerto

Concluindo, é de suma importância que os maçons ataquem de frente essa retenção e recrutem com qualidade, só assim,  veremos uma Fraternidade crescente e próspera de homens bons no século 21.

Autor:  Aldo Reno

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

São João Evangelista

 São João Evangelista

Um dos patronos da Maçonaria


Traduzido de : The Masonic Find


Ao longo do ano, celebramos vários feriados.

Você pode ficar surpreso ao saber que o dia de São João Evangelista (27 de dezembro) é significativo para os maçons nos Estados Unidos da América e possivelmente em outras partes do mundo.

Por que o Dia de São João Evangelista é comemorado pelos maçons?

A razão é que São João Evangelista é um dos Santos Padroeiros da Maçonaria (Junto com São João Batista e São João de Jerusalém, ou Esmoler N do T).


História de São João Evangelista

Um dos Doze Apóstolos do Novo Testamento, filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Em sua juventude, ele foi pescador. […] Mais tarde ele recebeu um chamado para ser discípulo de Jesus Cristo. Ele escreveu o Evangelho de João, três epístolas e o livro do Apocalipse. Ele foi um dos três que estiveram com o Senhor na ressurreição da filha de Jairo, no Monte da Transfiguração e no Getsêmani. Em seus próprios escritos, ele se refere a si mesmo como o discípulo a quem Jesus amava e como o "outro discípulo". Jesus também chamou a ele e a seu irmão de Boanerges, "filhos do trovão". Existem referências frequentes a ele nos relatos da Crucificação e Ressurreição. João foi posteriormente banido para Patmos, onde escreveu o livro do Apocalipse. …


Um dos Santos Sagrados

A Grande Loja Unida da Inglaterra foi estabelecida no Dia de São João Batista, 24 de junho de 1717. A maioria das jurisdições maçônicas legítimas remonta a este corpo, seja direta ou indiretamente.

Aprendemos o seguinte, com o verbete sobre São João Evangelistado, na Encyclopædia of Freemasonry, do  Dr. Albert Mackey:

Um dos santos padroeiros da Maçonaria, cuja festa é celebrada no dia 27 de dezembro.

"Sua admoestação constante, em suas epístolas, para o cultivo do amor fraterno e a natureza mística de suas visões apocalípticas, foram, talvez, as principais razões para a veneração prestada a ele pela Arte. Não obstante, uma tradição bem conhecida, todas as evidências documentais mostram que a ligação do nome do Evangelista com a Ordem Maçônica é posterior ao século XVI, antes do qual São João Batista era o único padroeiro da Maçonaria. Os dois estão, porém, sempre unidos agora…"

Mackey escreve ainda em um verbete  intitulado "Dedicação de uma Loja":


A tradição nos informa que as Lojas Maçônicas foram originalmente dedicadas ao Rei Salomão, porque ele foi nosso primeiro Mui Excelente Grão-Mestre. No século XVI, São João Batista parece ter sido considerado o patrono peculiar da Maçonaria; mas posteriormente esta honra foi dividida entre os dois santos João, o Batista e o Evangelista; e as lojas modernas, pelo menos nos Estados Unidos, são erigidas universalmente ou consagradas a Deus e dedicadas aos Santos de nome João. Nas instruções de Hemming, adotadas em 1813, na época da união das duas Grandes Lojas da Inglaterra, a dedicatória foi mudada dos Santos de nome João para o Rei Salomão, e esse uso agora prevalece muito geralmente na Inglaterra, onde as Lojas são dedicadas a “ Deus e Seu Serviço, também em memória do rei Salomão, sob cujos auspícios, muitos de nossos mistérios maçônicos tiveram origem”; mas a antiga dedicação aos santos de nome João nunca foi abandonada pelas lojas americanas.


Valores Maçônicos

Além da tradição e do fato de que a Grande Loja Unida da Inglaterra foi estabelecida no Dia de São João Batista e que o Dia de São João Evangelista ocorre quase exatamente 6 meses depois, não consigo encontrar nenhuma razão real para que esses dois sejam os Patronos da Maçonaria.

No entanto, a partir dos relatos bíblicos, podemos ver os seguintes valores em São João Evangelista: Amor fraterno, Caridade, Verdade, Fé e Integridade Duradoura.

Quer você seja um adepto da fé cristã ou não, essas características são dignas de serem seguidas.


Amor Fraterno

João Evangelista parece ser o principal registrador dos mandamentos de Cristo para que amemos nosso próximo (João 13:34; 15:12, 17), bem como as palavras de Cristo sobre o que pode ser o ato final de amor (João 15:13).

Ele também identifica a fonte de todo amor justo (1 João 4:19).


Caridade

João também foi chamado de Apóstolo da Caridade; reconhecidamente, no entanto, isso pode ser apenas devido à nossa associação moderna dele com a Maçonaria (fonte).

Verdade

Ele também parece ser o único que registrou as palavras de Cristo no princípio da Verdade e como ela nos liberta (João 8:32).


Integridade resiliente

João é o único apóstolo no registro bíblico que não abandonou Jesus Cristo nas horas finais de Sua mortalidade. Ele também manteve sua fé apesar de ter sido exilado na Ilha de Patmos, como evidenciado por seu livro de Apocalipse que ele escreveu durante aquele exílio.


Como apóstolo, João foi um exemplo maravilhoso de sua fé. Como maçons, devemos nos esforçar para ser exemplos igualmente maravilhosos de nossas respectivas religiões.


Regulamentos da Grande Loja


Muitas jurisdições da Grande Loja (incluindo a minha) exigem que suas lojas subordinadas instalem seus oficiais no dia ou antes do Dia de São João Evangelista;

Alguns também exigem que cada curador da loja subordinada faça um relatório por escrito para a loja de todos os seus atos e dos fundos e títulos da loja sob sua custódia na reunião de dezembro antes do Dia de São João Evangelista.



Conclusão

Ao imitar os traços de seu caráter eu afirmo  que podemos crescer como indivíduos e como Fraternidade.

Não importa a religião ou escola espiritual de pensamento que você segue, recomendo humildemente fazer um estudo de São João Evangelista para ver quais outras características dele você pode encontrar e emular não apenas para ser um maçom melhor, mas também uma melhor pessoa em geral.




Este artigo foi escrito para MasonicFind.com por  Brandon Cole

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

Se sua loja fechar amanhã?

 Se sua loja fechar amanhã?


Traduzido de : The Millenial freemason


Se sua loja fechasse amanhã, sua comunidade notaria?

Esta pergunta foi feita em um site de mídia social e as respostas podem ou não surpreendê-lo.

A grande maioria dos entrevistados disse que não, sua loja não faria falta na comunidade. A questão então é: por quê? Por que uma loja que está lá, em alguns casos por mais de um século, de repente não faria falta? Há uma infinidade de respostas, a loja não está envolvida na comunidade, não há membros ativos suficientes para organizar eventos comunitários, mal há membros suficientes para realizar as reuniões declaradas e a lista continua. Agora temos uma boa ideia do porquê, mas antes de entrar nas possíveis soluções para este problema, gostaria de me aprofundar nas razões subjacentes de que há menos membros na loja.

Vou começar dizendo que a Maçonaria não é uma instituição de caridade, nem é uma organização de serviço, nunca foi; deixe o conceito penetrar por um minuto. O propósito da maçonaria é fazer com que seus membros sejam melhores do que antes, não atuar como uma instituição de caridade ou como uma organização de serviço comunitário. Na verdade, nossos rituais são muito específicos no que nós, como maçons, somos obrigados a fazer. Ajude e apoie pobres, irmãos dignos e aflitos, suas viúvas e órfãos, trate os outros como você gostaria de ser tratado, etc... Mas espere, e aquela coisa de fé, esperança e caridade? Se você voltar às origens da palavra caridade, verá que é derivada de uma palavra latina que significa amor generoso. Então, a caridade maçônica é promover o amor, para toda a humanidade, mas mais especialmente para um irmão maçom. A caridade é importante, e nós, como maçons, devemos dar tanto quanto podemos, mas, e isso é importante, a caridade não é o propósito maior da maçonaria, a caridade é o resultado da maçonaria. Os ensinamentos da maçonaria e o tipo de homens que ela atrai, tornam a doação de caridade uma extensão natural de nossa fraternidade.

Para continuar atraindo o tipo de homem que tem uma predisposição para se doar, nós, como membros existentes e oficiais, devemos fazer da loja um lugar para onde as pessoas queiram ir. Se não podemos cuidar de nós mesmos, certamente não podemos cuidar de nossas comunidades. Eu acredito que é aqui que a maçonaria parece ter retrocedido, devemos olhar para nossos irmãos primeiro, porque esse é o nosso trabalho, o bem-estar e o cuidado de nossos membros existentes. Se resolvermos esse problema, os outros se encaixarão sem muito esforço.

Então, como podemos tornar a loja um lugar onde nossos membros desejam ir? Honestamente, acredito que a resposta seja QUALQUER COISA! Faça algo que incentive os membros a aparecer. Faça um churrasco durante os meses mais quentes, tenha uma noite de cinema ou torneios de cartas. Se sua loja não tem um prédio, planeje uma partida de golfe, vá a um parque local e faça um churrasco com os irmãos e suas famílias. Obviamente, existem tantas ideias quanto maçons. A questão é: faça algo, faça agora e com frequência. A mudança começa com você e, uma vez iniciada, não pode ser interrompida. Os irmãos são nosso recurso mais importante, devemos tratá-los com cuidado.

( O grande ponto é: a Loja tem que fazer coisas; caridade, instrução, atividades sociais, ritualística e por aí vamos. Se a loja não apresentar  uma finalidade concreta para os irmão e a comunidade... para que existir???  E a propósito, quem é a loja ? A loja SOMOS NÓS!!!   N do T)

Autor : Keith Martinson

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

Além do Filho da Viúva

 Além do filho da viúva: 
Uma visão Gnóstica  

Traduzido de Universal Freemasonry

Recentemente, cobri o tópico do Filho da Viúva na Maçonaria e várias vias de interpretação e investigação sobre esse conceito, que vão desde a genealogia bíblica até a mitologia arquetípica. 
Agora, eu gostaria de levá-lo para um mergulho mais profundo no tópico do Filho da Viúva, e a possível fonte dele no pensamento Rosacruz, Gnóstico e geralmente esotérico. 
Aqui, novamente, há uma gama de interpretações realistas versus mitológicas, mas o significado oculto de uma ou de ambas será explorado mais a fundo. Como sempre, este escrito não representa as visões oficiais da Maçonaria, mas são apenas as reflexões de um Maçon.


Um conto de fogo e água

No cerne e na origem do conceito de Filho da Viúva, de acordo com os escritos Rosacruzes de Max Heindel, está uma abordagem alternativa da história bíblica de Adão, Eva, Caim e Abel, que está embutida em uma cosmologia alternativa relacionada, mas bem diferente, da história bíblica da criação.

Nesta abordagem Rosacruz da cosmologia bíblica, resumidamente, os espíritos ou anjos de vários elementos representam diferentes forças espirituais e arquétipos que se desdobraram nos primeiros eventos da criação, e os Anjos de Fogo desempenham um papel importante. Nesta história, os Anjos são espíritos de vários elementos, e os Espíritos do Fogo são aqueles que decidiram manifestar o potencial latente na matéria por ignição; na forma do sol e de outras estrelas, essa qualidade refulgente fornecia um contraste polar com o vácuo frio do espaço e da matéria inerte.

Ao queimar, eles criaram um motor de manifestação, à medida que o calor evaporou a água, que se condensou novamente para cair e resfriar a superfície dos planetas, criando uma crosta-zona habitável para a vida biológica. Portanto, os Espíritos do Fogo, e todos os que estão afiliados a eles, estão alinhados com o arquétipo do poder dinâmico, manifestação e luz, e também são um tanto rebeldes por natureza, livrando a energia das amarras da matéria, literalmente o que o Fogo faz.


Os Espíritos da Água, por outro lado, têm a essência e a agenda exatamente opostas, principalmente para apagar a chama dos Espíritos do Fogo e para manter a energia ligada à matéria. Assim, a água evaporada condensa e chove sobre a terra fundida quente, resfriando-a e estabilizando-a de volta a uma existência mais estruturada, embora menos livre. Assim, o mundo como o conhecemos, e de fato cada indivíduo, é alguma combinação dessas duas forças fundamentais, Fogo e Água, dinamismo e restrição, poder e passividade, entrelaçados, encerrados um dentro do outro, jogando sua dança polar sobre o palco fornecido pela Terra e Ar, solidez e Espaço.

O que a dinâmica dos elementos tem a ver com o Filho da Viúva e a primeira família bíblica?


O bom e velho tio Samael?


O capítulo dois desta história da criação gnóstica nos apresenta os personagens mais familiares de Adão, Eva, Caim e Abel, com uma aparição menos conhecida: um anjo chamado Samael. Nesta versão da história, Samael é dito ser da hierarquia dos Anjos do Fogo, e é idêntico à serpente que convenceu Eva a comer da Árvore do Conhecimento. Assim, fiel à forma arquetípica ígnea, ele pavimentou o caminho para a libertação do potencial latente da mente humana da passividade líquida abençoadamente ignorante da existência do Jardim do Édem.

Nesta versão da história, porém, Samael fez um pouco mais do que apenas um bom vendedor de maçãs; ele também deu a Eva seu primeiro filho, Caim. No entanto, antes de Caim nascer, Jeová forçou Samael
a fugir para outro lugar, por seu crime de corromper Eva. Aliás, Adão ainda não havia sido criado, nesta versão; ele só foi criado após o banimento de Samael. Isso significa que Caim não é apenas um híbrido Anjo do Fogo / Humano, mas também o Filho de uma Viúva, embora ele tenha um padrasto e meio-irmão na forma de Adão e Abel, respectivamente. Como filho de um anjo do Fogo, é seguro dizer que Caim provavelmente não tinha muito em comum com eles.

A fruta não cai longe da árvore, como se costuma dizer, e embora Caim seja mais conhecido pelo assassinato de seu (talvez meio) irmão Abel (filho da água de Adão) ele também foi o primeiro que trabalhou para lavrar o solo, indicando sua identidade como o inovador original da agricultura, a base de toda a civilização, enquanto seu irmão da água Abel foi com o fluxo e viveu uma vida de lazer na criação de animais.

Além disso, após sua rejeição por Jeová, aparentemente por ser  inteligente e independente demais para o gosto daquele Deus ciumento, e o episódio fratricida resultante,  Caim passou a fundar sua própria civilização, e seus descendentes também são identificados como os inventores de metalurgia (Tubalcaim - N do T), escrita e música, essencialmente o início de todos os empreendimentos intelectuais e tecnológicos. Você poderia dizer que eles tinham, por assim dizer, Fogo em seu sangue, e eles usaram esse Fogo para forjar os alicerces da civilização.

Enquanto isso, o irmão mais novo de Caim, Seth, e suas gerações posteriores, como seu falecido irmão Abel, eram exclusivamente de nascimento humano e, portanto, tinham uma disposição muito mais aquosa, sendo em sua maioria obedientes e, embora sintonizados com o espírito e a intuição, não eram tão brilhantes, trabalhadores ou inovadores.


De acordo com o mito, esses dois tipos de pessoas continuam existindo desde a história antiga até os dias modernos. A ideia é que as pessoas geralmente têm uma ou outra disposição, ou impetuosas, rebeldes, intelectuais e valorizando as obras acima da fé, ou aquosas, confiantes, fiéis e obedientes, o bom rebanho que não agita e confia na (esperançosamente) orientação divina, muitas vezes de autoridades religiosas. Na verdade, você também pode caracterizar esses dois tipos de pessoas como Bodes e ovelhas.


Luz Líquida

O que tudo isso tem a ver com a Maçonaria? Como você provavelmente sabe, a construção do Templo de Salomão é um importante mito bíblico na tradição maçônica.

O que muitos podem não ter percebido em seus estudos bíblicos é que a necessidade de Salomão de contratar Hiram Abiff, o Mestre Artesão, para construir seu templo não era simplesmente uma questão de delegação; o próprio Salomão era descendente de Seth e, apesar de toda a sua sabedoria e
perspicácia poética, não estava particularmente apto para a tarefa de projetar e supervisionar a construção do Grande Templo. Foi necessário um descendente de fogo de Caim para fazer o trabalho, e  Hiram Abiff não era apenas um descendente do Filho da Viúva original, mas também era o próprio filho de uma viúva. Isso o tornava um Filho da Viúva e um descendente do Filho da Viúva original. 

Alguns dizem que essa dualidade dentro da humanidade continua até agora, com a igreja representando os filhos de Seth, matando a sede dos cansados com sua água benta na entrada de cada igreja, rituais de batismo e simbolismo do bom pastor e seu rebanho obediente. Enquanto isso, os filhos de Caim constroem, avançam intelectualmente e tecnologicamente, evitam a autoridade, domam as selvas e iluminam o mundo com seu Fogo. Talvez esses dois lados, o do bode e da ovelha, o fogo e a água, o intelecto e a intuição, estejam finalmente destinados a se encontrar, se entrelaçar e chegar ao equilíbrio.

Seja qual for o caso, é difícil negar que a Maçonaria se apóia fortemente no lado ardente desta equação, como evidenciado por todo o simbolismo em torno de ser artesãos, construtores, intelectuais, valorizando o trabalho para o aperfeiçoamento do homem, iniciativa pessoal e, claro, o significado do próprio Hiram Abiff, o Filho da Viúva e mestre construtor da linhagem tingida de Fogo de Caim.

O que tudo isso significa? Como acontece com qualquer mitologia, pode-se interpretá-la de várias maneiras; talvez haja alguma verdade literal nisso, diferentes populações de pessoas do passado antigo, nascidas de disposições diferentes, com fios dessa dicotomia que persistem até hoje. Também poderíamos, no entanto, tomá-lo como um símbolo de nossas próprias polaridades internas, com nosso Salomão intuitivo interior, filho sábio e aquático de Seth, precisando do intelecto e da determinação de nosso filho interior de Fogo, Hiram, para completar a grande obra do Templo dentro de nós e vice-versa. Sempre é possível formar nossas próprias teorias, mas a única maneira de descobrir com certeza o que isso significa para um maçom é perguntando a cada um.

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

Quem é o Filho da Viúva

 Quem é o Filho da Viúva?


Traduzido de Universal freemasonry


A origem do termo Filho da Viúva é bastante antiga e profunda na tradição maçônica. Por que o herói órfão desempenha um papel tão proeminente no cinema, na mitologia e na Maçonaria?

Talvez mais conhecido como um clube de motociclismo maçônico (uma versão dos Bodes do Asfalto - N do T), a origem do termo Filho da Viúva é, na verdade, bastante antiga e profunda na tradição maçônica. Qual é o significado deste termo, por que todo maçom é considerado Filho de uma Viúva? Como acontece com tantos outros aspectos da Maçonaria, o mistério do Filho da Viúva é parte de uma tapeçaria viva de várias camadas de mito que é investigada, descoberta, transmitida e reconstruída ao longo do tempo por cada maçom individualmente e todos os maçons coletivamente.

Como sempre, este escrito não é uma expressão das visões oficiais, mas simplesmente as reflexões de um Irmão.


Linhagem Bíblica?

Como até os não-maçons podem estar cientes, a Maçonaria toma como sua estrutura mitológica primária vários aspectos da história bíblica, particularmente o Rei Salomão e, claro, a figura central do arquiteto que ele escolheu para construir o Templo de Deus durante seu reinado, Hiram Abiff. Uma linha de investigação sobre o termo Filho da Viúva especula que o título se refere a uma linhagem genealógica literal, um ramo cujos frutos incluiriam Jesus, Salomão, Davi, desde Enoque e Adão, o primeiro ser humano bíblico. Como você pode imaginar, os teóricos que ligam a linhagem de sangue do Graal à maçonaria adoram esta interpretação.

A razão pela qual esta linhagem é chamada de Filho da Viúva é que um de seus primeiros ancestrais maternos é o personagem bíblico de Ruth. Ela era moabita, um povo descendente do episódio incestuoso com Ló e suas filhas depois da destruição de Sodoma e Gomorra. No entanto, Moabe também era sobrinho de Abraão. Portanto, Rute era membro desse ramo um tanto “maculado”, mas ainda real, da família israelita, e era particularmente justa por causa de sua lealdade ao marido (de Judá), mesmo após a morte. Por isso, ela acabou sendo abençoada podendo se casar com outro judeu, Boaz, e eventualmente, (30 gerações depois) ancestral de Jesus.

Ser filho de uma viúva, no sentido de ser um maçom, tem alguma conexão com a genealogia bíblica? Dado que não há nenhuma análise genealógica ou genética específica quando você se torna um maçom, isso é duvidoso, embora não possamos dizer que não haja uma maneira pela qual isso possa ser relevante. Eu não posso nem começar a tocar em qualquer tipo de investigação completa deste tópico dentro do período deste breve artigo, mas os links acima e algumas pesquisas relacionadas no Google podem sem dúvida levá-lo a uma profunda pesquisa, se seu coração assim desejar.

Por outro lado, é mais provável que o significado seja mais simbólico, talvez tendo a ver com trazer os Filhos de Deus Perdidos de volta ao reduto, ou em um sentido interno, aspectos do eu que se desviaram de volta ao alinhamento com a divindade interna. Como acontece com quase tudo, você também pode interpretá-lo de uma forma Junguiana. Nesse sentido, outra linha de raciocínio diz que os Filhos da Viúva são na verdade os filhos da matéria que estão separados da paternidade espiritual de Deus Pai, sendo a Viúva, neste caso, o aspecto feminino de Deus, como se manifesta no mundo material.

Isso faria com que os "Filhos da Viúva" fossem aqueles que perderam sua conexão com sua origem divina, Deus Pai, resultando em um apego à Mãe Natureza, mas buscando encontrar aquela conexão divina paterna novamente. Curiosamente, uma interpretação etimológica de Hiram Abiff significa "o rei que estava perdido". Claro, isso também tem relevância para as origens egípcias da história e para o mítico Deus-Rei falecido (Osíris - N do T).


O arquétipo do herói órfão


Um arquétipo que você deve ter notado sobre as várias histórias que capturaram a imaginação popular é o do Herói Órfão. Se você nunca pensou sobre isso, pare um momento para considerar quantos heróis e vilões da ficção são órfãos de um tipo ou outro, uma lista que inclui notáveis que vão desde alguns dos super-heróis mais populares como Superman, Batman ou Homem-Aranha, até vários protagonistas de fantasia como Frodo Bolseiro ou o próprio Harry Potter. O que há no herói órfão que fala tão fortemente à mente coletiva?

É um fato psicológico bem conhecido que crianças sem pai correm maior risco de uma variedade de problemas de saúde mental e problemas gerais de vida, e pode ser por isso que muitos vilões também são órfãos. No entanto, como vemos nos nossos heróis órfãos fictícios ad infinitum, esse risco pode na verdade representar apenas metade de um potencial para ir mais longe em qualquer direção do que uma pessoa normal faria, simplesmente em virtude de enfrentar as duras verdades da vida logo no início. Talvez haja uma razão pela qual a Maçonaria é conhecida por cuidar de viúvas e órfãos, e tomar literalmente os filhos das viúvas sob sua proteção na Maçonaria tradicional (Lowtons - N do T). Certamente as viúvas e seus filhos são alguns dos mais necessitados, mas talvez também sejam conhecidos por possuírem algum potencial único, devido às consequências psicológicas de sua situação?

Não requer muita imaginação para ver que um evento como a perda precoce de um ou mais pais pode impulsionar a consideração de questões maiores da vida, uma noite escura da alma, muito antes que a maioria das pessoas tenha de enfrentar tais coisas. Uma análise do arquétipo órfão revela que ele contém tanto perigos quanto potencial. No entanto, dado que os órfãos reais são relativamente poucos e distantes entre si, em comparação com a vasta maioria das situações familiares relativamente normais, por que o herói órfão desempenha um papel tão proeminente na mitologia popular?


Diamantes na pedra bruta

Na verdade, se olharmos cuidadosamente para o arquétipo do herói órfão, os traços de personalidade que os personagens exibem são frequentemente aqueles do tipo de pessoa atraída pela Maçonaria. Pense nos heróis órfãos comuns: Harry Potter, Peter Parker, o jovem Clark Kent, Bruce Wayne ou mesmo Cinderela. Suas situações terríveis na vida os separam do rebanho e os tornam mais reflexivos, sérios e possuindo alguma qualidade extra, que pode ser ficcionalmente manifestada como inteligência ou algum tipo de magia, vantagem ou superpotência latente; no entanto, muitas vezes também carecem de certas habilidades-chave, como confiança na tomada de decisões, disciplina e liderança, coisas idealmente aprendidas com um pai. A jornada do herói que eles passam é tipicamente sobre aprender esses aspectos enfrentando seus medos e embarcando em uma busca para enfrentar as trevas da vida, a princípio com alguma ajuda de ajudantes sábios, mas finalmente por conta própria.

Por que esse "algo a mais?" No reino da personalidade, o que você faz é o que você se torna. Se uma grande crise precoce o impede de se relacionar facilmente com seus colegas, e também o obriga a buscar um maior significado na vida, então grande parte da energia que normalmente seria gasta em atividades sociais "normais" será gasta em outra coisa, e o que frequentemente se manifesta a partir disso é um aumento em outros conjuntos de habilidades, em sua maioria não relacionados à atividade social, como criatividade, racionalidade, filosofia e percepção. Em virtude de serem um tanto distantes da dinâmica primordial das hierarquias sociais humanas normais, essas pessoas são mais propensas a desenvolver coisas como sabedoria e intelecto desde o início.

Em um nível mais simbólico, de Hórus a Luke Skywalker, todos nós podemos ver um pouco de nós mesmos nas muitas iterações do Herói Órfão, talvez por causa da desconexão simbólica do mundo mundano e do senso de algum propósito superior a ser descoberto. O desafio que todos nós enfrentamos é aprender as ferramentas internas necessárias para manifestar o potencial dentro de nós, e é exatamente para isso que a Maçonaria foi criada. O resultado final, quando executado corretamente, são líderes ou "Reis" na sociedade que não são simplesmente pessoas comuns e bestiais, jogando os jogos de hierarquia de dominação da sociedade humana, puramente para cumprir seus próprios desejos básicos; mas líderes ponderados e sábios, que de outra forma nunca teriam se destacado, se não tivessem passado pelo aprendizado, cura e fortalecimento necessários para desempenhar o papel.


autor: Jonathan Dinsmore

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

A Águia Bicéfala do REAA

 A Águia Bicéfala do REAA

Traduzido de: Universal Freemasonry


A característica mais ornamental, para não dizer a mais magnífica da Insígnia do Conselho Supremo, 33° do Rito Antigo e Aceito [Escocês], é a Águia de Duas Cabeças, encimada por uma Coroa Imperial. Este símbolo parece ter sido adotado algum tempo após 1758 pelo grupo conhecido como os imperadores do Oriente e do Ocidente: um título bastante pretensioso. 

Esta parece ter sido sua primeira aparição em conexão com a Maçonaria, mas a história dos Altos Graus foi sujeita a tal confusão que é difícil ter certeza sobre qualquer afirmação feita a respeito deles. A partir deste Conselho de imperadores, ou pela influência deles, a Águia de Duas Cabeças veio para os “Soberanos Príncipes Maçons” do Rito de Perfeição. Este Rito de Perfeição com seus Vinte e Cinco Graus foi ampliado em 1801, em Charleston, EUA, no Rito Antigo e Aceito de Trinta e Três Graus, com a Águia de Duas Cabeças como seu emblema mais distinto.

Quando este emblema foi adotado pela primeira vez pelos Altos Graus, ele já estava em uso como símbolo de poder por cerca de cinco mil anos. Nenhum símbolo heráldico, nenhum dispositivo emblemático em uso hoje pode ostentar tamanha antiguidade. Estava em uso mil anos antes do Êxodo do Egito e mais de dois mil anos antes da construção do Templo do Rei Salomão.

A história de nossa águia foi contada pelo eminente assiriologista, M. Thureau Dangin, no volume Zeitschriftfür Assyrliologie, de 1904. Entre as descobertas mais importantes que  devemos ao falecido M. de Sarzec, estão dois grandes cilindros de terracota, cobertos com muitas centenas de linhas de caracteres cuneiformes arcaicos. Esses cilindros foram encontrados nos montes de tijolos de Tello, que foi identificada, com certeza, como a cidade de Lagash (ou Lagaxe), o centro dominante do sul da Babilônia, antes que Babilônia tivesse imposto seu nome e governo ao país. Os cilindros estão agora no Louvre e foram decifrados por M. Thureau Dangin, que exibe aos nossos olhos maravilhados um emblema de poder que já tinha séculos de idade quando a Babilônia deu seu nome à Babilônia

O cilindro em questão é um Registro de Fundação, depositado por um certo Gudea, Governante da Cidade de Lagash, para marcar a construção de um Templo, por volta do ano 3000 a.C., data mais aproximada que se consegue precisar. O Registro de Fundação foi depositado assim como nossas medalhas, moedas e placas metálicas são depositadas hoje, quando uma Pedra Angular é colocada com Honras Maçônicas. Deve-se ter em mente que, neste caso, a palavra Pedra angular só pode ser empregada no sentido convencional (de pedra fundamental), pois na Babilônia, todos os edifícios, templos, palácios e torres semelhantes foram construídos de tijolo. Mas o costume de fazer depósitos de fundação era geral, qualquer que fosse o material de construção, e agora veremos quais funções são atribuídas, por outro eminente estudioso, à Câmara de Fundação do Templo do Rei Salomão.

O conteúdo da inscrição é de extremo valor para o erudito oriental, mas pode ser brevemente descartado para nosso presente propósito.

Basta dizer que o rei começa recitando que uma grande seca havia caído sobre a terra. “As águas do Tigre”, diz ele, “baixaram e o estoque de forragem escasseou nesta minha cidade”, de modo que ele temeu que fosse uma punição dos Deuses, devido a pecados de seu povo. O leitor familiarizado com os métodos babilônicos que permeiam os Livros do Cativeiro, não ficará surpreso ao saber que o Rei teve um sonho, no qual a vontade dos Deuses foi revelada por intervenção e interlocução direta e pessoal. 

No sonho, veio ao Rei "um Homem Divino, cuja estatura ia da terra ao céu, e  em cuja cabeça havia uma coroa de um Deus encimado pelo Pássaro da Tempestade que estendia suas asas sobre Lagash e sua terra." Este Pássaro da Tempestade,  era ninguém menos que nossa Águia de Duas Cabeças, era o Totem, como etnólogos e antropólogos o chamam, da poderosa Cidade Suméria de Lagash, e ostentava orgulhosamente o emblema visível de seu poder e domínio.

Esta Águia de Duas Cabeças de Lagash é o mais antigo escudo real do mundo. Com o passar do tempo, passou dos sumérios para os homens de Akhad, dos homens de Akhad para os hititas, dos habitantes da Ásia Menor para os sultões seljukianos, de quem foi trazido pelos cruzados aos imperadores do Oriente e Ocidente, cujos sucessores hoje são os Habsburgos e os Romanoffs, bem como os “Imperadores do Oriente e do Ocidente” maçônicos, cujos sucessores hoje são os Conselhos Supremos, 33°, que herdaram a insígnia do Rito de Perfeição.

Este é o caminho dos sucessivos vôos que levaram a Águia de Duas Cabeças do Tigre ao Danúbio e ao Neva. Mas é bem possível que, quando os guerreiros medievais trouxeram para casa o Pássaro da Tempestade, eles o traziam pela primeira vez. Dissemos que Lagash era o centro de um povo sumério no ano 3000 a.C. Foi estabelecido que os sumérios eram um povo iraniano, bastante distinto dos guerreiros de Akhad, que eram de descendência semita. 

Algum tempo depois do ano 2800 a.C., os homens de fogo de Akhad expulsaram os iranianos, e a Babilônia tornou-se, para todos os efeitos, um reino semítico para a época. Os sumérios parecem ter seguido a linha iraniana de migração para o oeste e, muito provavelmente, trouxeram com eles a lembrança de seu pássaro guardião dos tempos antigos. Consequentemente, o pássaro da tempestade da Mesopotâmia, com sua dupla cabeça e asas estendidas, pode não ter parecido totalmente estranho para os eslavos, ou teutões, ou os celtas cuja ancestralidade obscura pode ter vivido ao lado do Tigre. O emblema pode ter apelado a alguma herança vaga subconsciente do tipo que os psicólogos modernos estigmatizam como vestígios de retro-reminiscência ou inconsciente coletivo. 

Voltando ao texto do cilindro inscrito, concluímos que o Deus do Pássaro da Tempestade ficou satisfeito com a promessa do Rei de construir um Templo para ele e, em resposta à petição do Rei, inspirou a ele e a seus construtores com um plano realmente "celestial". A alegação de uma "origem celestial"  semelhante é atribuída, comumente, aos templos mais magníficos do Antigo Oriente; por exemplo, para o grande Templo de Hórus em Edfu, construído pelo Faraó, sob inspiração direta do "deus" Im-Hotep (na verdade um engenheiro muito prestigiado).

Mas esta revelação particular a Gudea é digna de nota, porque as circunstâncias da revelação têm uma forte semelhança com a divulgação das dimensões do Tabernáculo a Moisés no Monte Sinai, conforme descrito em Êxodo. O texto cuneiforme é oportunamente ilustrado neste ponto pela descoberta de uma bela estátua de basalto de Gudea, enterrada por séculos nos mesmos montes de Lagash. 

Ele é representado na postura sentada comum às estátuas orientais dos Grandes Monarcas, e ele segura sobre os joelhos o que agora é claramente visto como uma tábua de desenhista, com o desenho do templo inscrito nela, enquanto ao redor estão as ferramentas e o cinzel do gravador: o paralelo é claro com a tábua de traçar esquadro e compasso de hoje. A cena tem uma semelhança indefinível com os frontispícios com os quais os gravadores do século XVIII costumavam decorar  livros semelhantes.

A inscrição cuneiforme segue descrevendo a cerimônia de lançamento da pedra fundamental, com mil detalhes de valor inestimável para o arqueólogo, mas de forma alguma relacionada à história da Águia de Duas Cabeças.

Essas coisas aconteceram, sob as asas do Pássaro da Tempestade, em Lagash dos Sumérios, e foram ali escritas, mais de mil anos antes de Abrão, o hebreu, morar na Ur dos Caldeus.



NOTAS

O antigo templo de Edfu, construído para a adoração de Hórus, filho de Kneph e Athor, foi explorado por Mariette Bey e tem a fama de conter uma placa ou placa inscrita, na qual é delineada uma aproximação geométrica da proporção do diâmetro para a circunferência (Pi). Os leitores científicos compreenderão as eras que devem ter ocorrido entre o alvorecer das concepções geométricas e o período em que tal constante poderia começar a parecer praticável, ou desejável, ou mesmo concebível.

Artigo Originalmente publicado em Ars Quatuor Coronatorum. vol. xxiv (1911) Quatuor Coronati Lodge No. 2076. pp. 21-24.

Autor: W. J. Chetwode Crawley
Tradução:  Paulo Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC



Credo Maçonico

 "Credo Maçônico"


Traduzido e adaptado de :Illinois Freemasonry


Aqui está um "Credo Maçônico", que não deve ser apenas uma lista de valores bonitinhos para posts do Facebook. Eles foram lidos há cem anos na fundação da Loja "Anchor and Ark", na cidade de Waukegan, Illinois EUA.

Recentemente, na rededicação desta Loja Adorável, um cartão com o mesmo Credo foi distribuído a todos os participantes. A sala da Loja estava cheia de Oficiais da Grande Loja e Maçons de todo o estado e eu tive esta epifania: quanto desse Credo é praticado na Maçonaria de hoje? “Quanto estou comprometido em observar esses valores por mim mesmo?”

Em um mundo de textos rápidos, de "curtidas", de imagens que aparecem e desaparecem em um instante, é difícil encontrar a mentalidade correta, o foco, para se apegar ao que é significativo. Em nossa fraternidade, minha maior esperança para o presente e o futuro é que continuemos a olhar para os nossos valores com reverência, porque são eles que nos guiam e nos permitem navegar neste mundo turbulento com clareza.

Perdoar, tolerar, ser exemplo, ser bom amigo, fazer caridade e ter respeito próprio: são valores que devem transcender os limites da nossa fraternidade e tornar-nos parte de quem queremos ser.


Para o seu inimigo,  o perdão - O perdão não é uma solução para um problema, ou uma maneira de consertar um conflito. A verdadeira profundidade do perdão está na empatia genuína. Quando olhamos para a dor dos outros, a compreendemos e sentimos, perdoamos. Um homem não pode perdoar seu inimigo se ele não tiver compaixão. Perdoar um inimigo é também amar: superar os erros sem agenda, sem condições. O verdadeiro perdão é entender que o seu perdão traz paz e interrompe um ciclo de conflito.


Para um adversário,  a tolerância - Devemos sempre buscar valores que tragam substância a nós mesmos e ao mundo que compartilhamos com os outros. A tolerância é vencer nossas mentes egocêntricas; é abrir mão de nossa necessidade de dar a última palavra e entender a beleza do mosaico de diferenças que é o nosso mundo. Tolerância não significa "conivência". Devemos ser fiéis a nós mesmos antes de qualquer coisa, mas tolerância implica respeito pela convivência. A fortaleza pavimenta o caminho virtuoso de uma fraternidade forte, e a tolerância estende o que aprendemos nas reuniões da loja para nossa vida cotidiana. Tolerância e respeito pelas pessoas de diferentes partidos políticos, religiões, sexualidades, nacionalidades. Os irmãos não devem se envolver e serem pegos na armadilha da polarização; é tão improdutivo e destrutivo para a Maçonaria quanto para nós mesmos.


A cada criança, um bom exemplo - Um bom exemplo de homem que se preocupa com o mundo que está deixando para trás. Para alguns, um bom exemplo está em sua definição pessoal de sucesso, mas para uma criança, um bom exemplo está além da riqueza e títulos acumulados: seu caráter. Ser um bom homem depende de como um indivíduo constrói seu caráter. Desde a maneira como um homem ama a si mesmo à maneira como ama os outros, à maneira como um homem é trabalhador, à maneira como um homem é honesto, um bom exemplo de homem se preocupa com o mundo que está deixando para a próxima geração. Muitas vezes é mal compreendido que um bom exemplo deve ser ativo em grandes causas ou grandes movimentos políticos, mas não tenho dúvidas de que um bom exemplo é alguém que está presente. Nossos filhos precisam de pessoas que exemplifiquem moralidade: homens que sejam atenciosos o suficiente para ter empatia, honestos o suficiente para orientar e amorosos o suficiente para cuidar.

Para um amigo, seu coração - Doar seu coração é ser vulnerável, honesto e radical no amor. Dar a um amigo seu coração é amar sem restrições. É saber que seu coração pode estar partido, mas é no conserto

de seus pedaços que as amizades se fortalecem e nossos corações se fortalecem. Dar o seu coração a um amigo é dar tudo de si, compartilhar o que há de bom e de ruim e de lealdade incondicional. Os amigos não falam pelas costas uns dos outros, nem devem se envolver com outros que o façam. Os amigos se estimulam e revelam o que há de melhor uns nos outros. Um amigo perdoa, um amigo tem graça e misericórdia. Um amigo nunca hesita em ajudar um ao outro durante as dificuldades.


Para todos os homens, a caridade - A importância da generosidade é igual a qualquer um dos valores listados em nosso Credo Maçônico. Os maçons são chamados a fazer caridade não por obrigação, mas porque é dando que podemos nos tornar melhores. A caridade não está apenas entregando um cheque a uma instituição; caridade é dar sem amarras. Caridade é dar o seu tempo para ajudar alguém, é ajudar alguém ou fornecer sem qualquer expectativa de pagamento. A caridade abençoa quem recebe e quem dá; aqueles que dão aprendem a ser compassivos e a amar e cuidar dos outros.

Para você mesmo, o respeito - o respeito por si mesmo vem do amor próprio. O respeito próprio é a essência e a base de todos os valores na Maçonaria, pois um homem que não se ama e não se respeita não pode perdoar, tolerar, ser um exemplo, ser um bom amigo ou ter algo para dar. O respeito próprio é restrição e prudência nas indulgências pessoais. É o caminho superior para a saúde do corpo e da mente. É escolher o que é melhor para nós e buscar sempre a sabedoria por meio do crescimento e do aprendizado.


Autor Ir.´. Luciano M. Azevedo

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães - MM. MRA. FRC.

5 maneiras de melhorar a si mesmo

Cinco maneiras práticas de melhorar a si mesmo


Traduzido de: Illinois Freemasonry


Todos nós queremos ser melhores. Queremos ser melhores em nosso trabalho, em nossa vida social e em nossas casas. A questão é: como? Como você encontra um curso prático de ação? Como você cumpre isso? Como você sabe que funciona? Você pode se surpreender ao saber que a Maçonaria oferece dicas sólidas de autoaperfeiçoamento para ajudá-lo a ter sucesso na vida. Aqui estão cinco dicas para o autoaperfeiçoamento que foram testadas em campo pelos maçons por mais de 300 anos. Eles podem não ser suas chaves para o sucesso na vida - mas são passos comprovados para colocá-lo no caminho do sucesso.

1. Acredite em algo maior do que você

Não estamos falando de dogma aqui. Não estamos falando sobre as regras e regulamentos de um
determinado sistema religioso. Estamos falando de uma força poderosa e duradoura que guia seu coração diariamente. Você pode chamar de Deus ou como você quiser. As várias religiões persistem por uma razão - elas dão sentido à vida de seus membros. Talvez você acredite na capacidade da arte de captar a qualidade única do espírito humano, nossos esforços no material, e elevá-los a virtudes que perduram por muito tempo depois da morte do artista. Talvez sua crença esteja na complexidade esmagadora e no esplendor divergente da natureza. Talvez você observe a miríade de sistemas de ordem emergindo da flora e fauna aparentemente caótica deste mundo. Talvez você encontre a verdade eterna na geometria infinita e hipnótica do universo. Cada uma dessas crenças compartilha um aspecto fundamental em pessoas verdadeiramente bem-sucedidas: um sentimento de admiração diante de algo que excede o eu. Um vislumbre, talvez, do eterno.

2. Seja otimista

Pode algo tão intangível como o otimismo ser tornado  prático? O otimismo pode parecer uma atitude ingênua - especialmente quando o mundo parece que está ficando louco. Mas o otimismo não é apenas algo que acontece com você naturalmente. Não é um sintoma de uma vida confortável. Ser otimista é uma escolha e uma disciplina. É prático porque você deve engajar conscientemente em ser otimista todos os dias. E veja, é claro, haverá momentos em sua vida em que as coisas vão dar errado e você terá problemas graves. Fingir uma cara feliz e agir positivamente quando você está em crise é uma loucura. Isso não é otimismo; isso é uma ilusão. Esperança significa que, mesmo quando está sofrendo, você confia que suas circunstâncias são temporárias. Nessa confiança esperançosa reside um otimismo duradouro e funcional que o ajudará a superar aquele momento.

3. Sirva a sua comunidade

Quando você pensa em caridade, provavelmente pensa nas organizações padrão que trabalham para fazer o bem no mundo como Médicos Sem Fronteiras ou UNICEF. Você pensa em um voluntário com um colete vistoso em um cruzamento de sua vizinhança. Você joga alguns trocados no balde deles e ajuda uma instituição de caridade, o que é ótimo. Mas a palavra significa muito mais do que isso. Em sua raiz etimológica está a palavra latina caritas, que significa amor. Ser caridoso significa amar sua comunidade, seu próximo. Dar um trocado é significativo, mas imagine se juntar à ele  doando seu tempo para obras de caridade. Talvez isso signifique servir comida para os sem-teto na segunda terça-feira de cada mês. Talvez signifique se voluntariar para ajudar a construir uma rampa para cadeiras de rodas em um abrigo local. Talvez signifique ler para veteranos acamados que não conseguem mais ver as palavras em uma página, mas desejam a beleza de uma história. Talvez signifique limpar a calçada da mãe solteira que mora do outro lado da rua. Talvez seja tão simples quanto uma palavra gentil para alguém na sua rua, um aceno de cabeça para o cara no apartamento ao lado, segurando a porta para o entregador enquanto ele carrega uma caixa enorme para dentro do seu prédio. O importante é fazer algo, mesmo que seja uma coisa pequena, mas com propósito. É importante saber que pertencer a uma comunidade - a um bairro, um município, um grupo de pessoas, uma religião - significa que você também é um de seus administradores.

4. Escolha o domínio sobre a indiferença

Todo mundo tem uma lista de maus hábitos. E todo mundo tem uma lista de hábitos saudáveis ​​para começar. Os hábitos se formam porque somos criaturas que dependem do estabelecimento de rotinas para automatizar nossos dias. E tudo bem. Se você tivesse que decidir conscientemente como amarrar os sapatos, pentear o cabelo ou descer as escadas toda vez que o fizesse, estaria exausto antes do almoço. E as rotinas são maneiras fantásticas de agilizar seus hábitos de trabalho. Elas ajudam você a concluir seu trabalho a tempo. É uma parte natural do sistema operacional humano.

Pense em dirigir. Você pula para dentro do seu carro e sai voando pela cidade e nunca pensa nas manobras estranhamente complexas de sinalizar e executar uma mudança de faixa na rodovia. Tantas coisas acontecem em poucos segundos - você verifica seus retrovisores, avalia sua velocidade, liga o  pisca-pisca, verifica seus outros espelhos, opta por virar para a próxima faixa, coloca seu carro atrás do idiota no Prius e, em seguida, reduz a velocidade e se acomoda no fluxo em sua nova rota. Você não pensa sobre nada disso. Simplesmente acontece.
Mas imagine-se no trânsito do centro de Chicago em uma sexta-feira às 16h45. Você precisa desviar por quatro pistas movimentadas para fazer uma curva para a esquerda, observar os carros que saem do estacionamento subterrâneo, passar por cinco milhões de pedestres, evitar um táxi que não acredita em respeitar as pistas e nem no pisca. É uma situação difícil e você não faz isso com frequência, e com o trânsito depois do trabalho de sexta-feira, toda a cena é intensa. Você está pensando em cada pequena coisa. Você está conectado à miríade de detalhes do seu ambiente. Totalmente consciente.
Esses são exemplos extremos de como vivemos nossos dias. Na maioria das vezes, você está "dirigindo na estrada". Você está seguindo o ritmo da rotina da tarde, pensando em passar de nível em seu jogo favorito, trabalhando roboticamente.
Mas e se você fizesse uma promessa a si mesmo de se lembrar de sair dessa e viver o momento. Se você conseguisse fazer isso vez ou outra, mas sua rotina é forte. Mas nestas poucas vezes em que você está realmente participando do seu dia, esses momentos são quase emocionantes. Bem ali, no seu dia normal, você de repente fica ciente dos detalhes do seu ambiente - como quando você está cortando o tráfego da tarde.
No dia seguinte, você faz uma promessa de fazê-lo novamente e, desta vez, você está em um daqueles momentos propositadamente atentos quando seu chefe entra na sala  parecendo que o futuro de toda a empresa está precariamente apoiado nas costas dele. Você percebe isso. Você sabe que isso o está matando. Você sabe que ele está a cerca de um milímetro de perder a cabeça e pular de uma janela. Você olha para o café que acabou de servir - e lembra-se de uma reunião distante que os dois encaram da mesma maneira. Em um lampejo de intuição, você, sem palavras, entrega a ele a xícara. Por apenas meio segundo, a pressão diminui em seus ombros, e ela agradece e diz: “Honestamente, isso foi tudo. Você salvou meu dia."

5. É por isso que a dica final é - seja gentil

Este é o resultado lógico de todas as dicas acima. Se você acredita em algo maior do que você, também acha que todos que você vê, todos que encontra, vivem sob a proteção de sua crença. O que certamente o leva a ser mais otimista, já que todas as circunstâncias são temporárias sob a constante daquela coisa eterna em que você acredita. Isso mostra que você valoriza a vida de seus semelhantes o suficiente para servi-los com humildade e sinceridade, o que lhe lembra que a vida é um recurso limitado e talvez você deva prestar mais atenção a cada momento. O que significa que você vê muitas, muitas oportunidades pequenas e aparentemente insignificantes de mudar o teor de um momento. Significa que você tem a motivação e a presença de espírito para escolher, naqueles momentos em que os outros são casualmente cruéis, quando os outros são insuportáveis, quando os outros são indiferentes, quando os outros têm medo de agir - de fazer uma gentileza.

Bondade é o superpoder de um maçom. Eu gosto de chamar os pequenos atos de "micro heroísmo" porque há uma pequena chance de que se envolver em uma prática diária de ser gentil possa salvar o mundo. Todos nós podemos compreender os efeitos dramáticos de um único grande ato heroico. Mas a maioria de nós não vai correr para um prédio em chamas tão cedo. No entanto, imagine o efeito acumulado de centenas de atos de micro heroísmo crescendo dia após dia, semana após semana, ano após ano. Em algum ponto, toda aquela gentileza acumulada irá inclinar a balança na vida de alguém, e será como um milagre. Você terá feito a coisa certa na hora certa para, com um único ato aparentemente insignificante, mudar a vida deles.
E a SUA.

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