4 perguntas essenciais

4 Perguntas Essenciais
para se fazer todas as noites.

 Artigo Original por

Antônio V. Lombardo 

https://medium.com/you-are-a-conscious-creator/4-essential-questions-to-ask-yourself-every-night-to-transform-into-the-person-you-are-meant-to-be-2181e6a34483 



A riqueza de sua experiência de vida se espelha na riqueza das questões que você explora. Ao refletir sobre suas experiências diárias por meio de perguntas ponderadas, você ganha uma compreensão mais profunda de si mesmo e desbloqueia insights para o crescimento pessoal e viver uma vida com propósito. Faça a si mesmo essas quatro perguntas todas as noites, quando o dia acabar, acelere em direção à pessoa que você deseja ser. 




1. Que magia testemunhei hoje? 

Todos os dias, o mundo está cheio de maravilhas esperando para serem notadas. Ao nos perguntarmos que magia testemunhamos durante o dia, cultivamos um sentimento de apreço e gratidão pela beleza ao nosso redor. 

Essa pergunta nos leva a olhar além do comum e buscar momentos de admiração e inspiração. Ela nos encoraja a encontrar alegria nas pequenas coisas, como um pôr do sol de tirar o fôlego, uma conversa sincera ou um ato de bondade. Ao reconhecer a magia que testemunhamos, treinamos nossas mentes para focar na positividade e convidar mais encantamento para nossas vidas. 


Dica prática 

Mantenha um diário de gratidão e anote pelo menos um momento mágico que você encontrou a cada dia. Pode ser tão simples como um sorriso de um estranho ou o cheiro de flores florescendo. Esta prática irá ajudá-lo a desenvolver um olhar aguçado para o extraordinário e cultivar um senso de maravilhamento. 


Exemplo 


Hoje, testemunhei o poder mágico da resiliência. Vi uma criança determinada cair repetidamente enquanto tentava aprender a andar de bicicleta, mas se levantando sem hesitar. Isso me lembrou da incrível força que possuímos para superar desafios e despertou um apreço renovado pela beleza da perseverança. 





2. Como servi aos outros hoje? 

Viver uma vida gratificante vai além das conquistas pessoais – envolve causar um impacto positivo na vida dos outros. Ao nos perguntarmos como servimos aos outros ao longo do dia, mudamos nosso foco do egocentrismo para a compaixão e a empatia. 

Essa pergunta nos estimula a refletir sobre nossas ações e interações, lembrando-nos de estender a mão, emprestar um ouvido ou oferecer apoio. Isso nos leva a estar mais atentos às necessidades daqueles que nos cercam, promovendo conexões mais profundas e criando um efeito cascata de bondade. 


Dica prática 

Realize intencionalmente um ato de bondade por dia, seja ajudando um colega de trabalho com uma tarefa, oferecendo palavras de incentivo a um amigo ou dando seu tempo para uma causa em que você acredita e que importa! Pequenos atos de serviço podem ter um impacto profundo tanto no receptor quanto no doador. 


Exemplo 

Hoje, servi ao próximo dedicando um tempo para ouvir atentamente um colega de trabalho que eu sentia que estava passando por um momento difícil. Ao me envolver com eles e demonstrar interesse por sua vida, proporcionei a eles o espaço para expressar suas emoções e se sentirem ouvidos, promovendo uma sensação de conforto e conexão. 



3. O que eu poderia ter feito melhor hoje? 

A autoavaliação sem julgamentos é vital para o crescimento e o sucesso pessoal. Ao avaliar honestamente nossas ações e comportamentos, abrimos as portas para a melhoria e o autoconhecimento. 

Perguntar a nós mesmos o que poderíamos ter feito melhor nos ajuda a identificar áreas que se desalinham com a pessoa que queremos ser e nos encoraja a lutar pelo progresso contínuo. Essa pergunta não é sobre lamentar ou se culpar, mas sim nos levar a nos apropriar de nossas ações e fazer escolhas conscientes para incorporar a melhor versão de nós mesmos. 


Dica prática 


Separe alguns minutos no final do dia para uma autoavaliação honesta. Considere suas interações, decisões e comportamentos e identifique pelo menos um aspecto que você poderia ter tratado de forma diferente ou melhorado. Use esse insight para fazer ajustes e aprender com suas experiências.
 


Exemplo 

Hoje, eu poderia ter sido mais paciente ao lidar com um colega que estava divagando sobre o projeto em que estamos trabalhando. Em vez de cortá-los para expor meu ponto, eu poderia ter dado um passo atrás, ouvido objetivamente o que eles estavam tentando dizer e respondido com graça e compreensão. 





4. O que me fez sentir mais vivo e com propósito? 

Descobrir nossas paixões e alinhar nossas ações com nosso verdadeiro eu é essencial para viver uma vida com propósito. Ao nos perguntarmos o que nos fez sentir mais vivos, cheios de alma ou com propósito durante o dia, exploramos nossos desejos mais profundos e nosso chamado interior. 

Essa pergunta nos instiga a refletir sobre atividades, momentos ou interações que despertaram uma sensação de alegria, realização e autenticidade. Ela diz ao nosso cérebro para priorizar e se concentrar nas coisas que nos fazem ganhar ânimo na vida e persegui-las com intenção. 


Dica prática 

Ao longo do dia, sempre que você estiver fazendo ou experimentando algo que lhe traga paixão e alegria ou o conecte ao seu propósito, observe como ele se sente e, em seguida, anote rapidamente em seu diário ou telefone. Pode ser a menor coisa. Então, à noite, quando você entrar na cama, lembre-se desses momentos e de como eles fizeram você se sentir. 


Exemplo 

Hoje, me senti mais viva e proposital participando de um programa de mentoria para jovens aspirantes na minha área. Compartilhar meu conhecimento, experiências e orientação com essas almas entusiasmadas acendeu um sentimento de realização e emoção dentro de mim. Isso lembrou o quanto eu amo ensinar e treinar outras pessoas para ajudá-las a alcançar seus sonhos. 





Recapitulação 

Abraçar a magia que testemunhamos todos os dias abre nossos corações para o extraordinário e infunde nossas vidas com um sentimento de admiração e gratidão. Ao buscar ativamente oportunidades para servir aos outros, não apenas enriquecemos suas vidas, mas também nutrimos nosso próprio senso de propósito e realização. 

Adotar uma mentalidade de crescimento e buscar áreas de melhoria a cada dia nos permite evoluir continuamente e nos tornar versões melhores de nós mesmos. Ao buscar e abraçar conscientemente atividades que nos fazem ganhar vida e nos alinhar com o chamado de nossa alma, cultivamos uma vida de propósito, autenticidade e alegria. 




Resumindo

Sua mente sempre lhe dá mais daquilo que você foca. 

Ao lembrá-lo continuamente da pessoa que você quer ser e da vida que você quer levar através das perguntas que você faz a si mesmo, ele não terá escolha a não ser levá-lo ao seu destino. 

o Rei Salomão e a Rainha de Sabá

O Rei Salomão e a Rainha de Sabá


Quem foram o Rei Salomão e a Rainha de Sabá? 


O Rei Salomão e a Rainha de Sabá são duas figuras históricas e lendárias que protagonizaram um encontro fascinante no século X a.C. 
Salomão era o filho e sucessor de Davi, o rei de Israel, e ficou famoso por sua sabedoria, riqueza e poder. Ele construiu o primeiro Templo de Jerusalém, onde ficava a arca da aliança, e escreveu vários livros da Bíblia, como Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. 
A Rainha de Sabá era a soberana de um antigo reino na região sul da península Arábica (no atual Iêmen), próximo ao mar vermelho. Ela é mencionada na Bíblia (1 Reis 10: 1-13 e 2 Crônicas 9: 1-12) e em outros livros sagrados por ter visitado Salomão em Jerusalém, atraída pela sua fama de sabedoria. Ela ficou impressionada com a riqueza e o conhecimento de Salomão e o elogiou por sua fé no Deus de Israel. 



Onde ficava Sabá?


Sabá era o nome de um reino localizado no sudoeste da Arábia pré-islâmica e cuja civilização se acredita ter existido entre os séculos X e XII a. C. O reino foi fundado pelos sabeus, um povo semita que, procedente do norte, invadiu a região e impôs sua cultura à população arborígine.
Sabá era um reino rico em ouro e pedras preciosas bem como incenso e especiarias. Era importante centro de comércio, pois ficava na rota entre a Índia e o Ocidente. Entrou em declínio com a abertura de novas rotas pelo Império Romano.
Há divergências entre alguns pesquisadores, alguns acreditam que as ruínas arqueológicas do palácio da Rainha de Sabá foram encontradas em Axum (Aksum) uma antiga cidade sagrada da Etiópia, na África, e outros acreditam que estão localizadas em Marib, no atual Iêmen.


A Crença Etíope


Segundo uma crença etíope, o nome da Rainha de Sabá era Makeda. Há citações da Rainha Makeda de Sabá na Kebra Negast (Glória dos Reis), uma antiga compilação das lendas etíopes.
As citações etíopes relata a visita da rainha de Sabá ao rei Salomão, em Jerusalém, no antigo reino de Israel, e que este teria seduzido a Rainha de Sabá e dessa relação teria nascido um filho chamado Menelek, que se tornou o primeiro imperador da Etiópia.
Ao longo da História, a Rainha de Sabá foi retratada por pintores, historiadores e cineastas. A Rainha de Sabá foi tema dos filmes “Salomão e a Rainha de Sabá” (1959) e “As Mil e Uma Noites” (1973).

Qual foi a relação entre eles? 


A Bíblia relata que a Rainha de Sabá viajou até Jerusalém com uma enorme caravana, com camelos carregados de especiarias, ouro, pedras preciosas e belas madeiras. Ela queria testar Salomão com perguntas difíceis e enigmas, mas ele respondeu a todas elas com inteligência e discernimento. A Rainha de Sabá reconheceu que Salomão era um rei abençoado por Deus e lhe deu muitos presentes. Salomão também lhe deu presentes e tudo o que ela desejou, e depois ela voltou para o seu país. 
A tradição judaico-cristã acrescenta que eles também tiveram uma relação amorosa e um filho chamado Menelik I, que foi o primeiro imperador da Etiópia. Esse filho teria levado a linhagem real de Davi para a África e também a arca da aliança, que seria guardada em um santuário etíope até hoje. No entanto, a Bíblia não confirma esse fato. Salomão teria escrito o livro biblico " Cântico dos Cânticos, (também chamado Cantares de Salomão) em homenagem a ela. 

Qual é a interpretação maçônica dessa história? 

Na maçonaria o Templo de Salomão, cosntruido sob a chafia de Adonhiram, foi a grande maravilha que impressionou a rainha. O temnplo representa o ideal de perfeição humana e espiritual que todos devemos aspirar. A interpretação maçônica da relação entre Salomão e a Rainha de Sabá é de que eles representam os princípios masculino e feminino da criação, a sabedoria e o amor, a luz e a beleza, a força e a harmonia. Eles também simbolizam a união entre o Oriente e o Ocidente, entre o judaísmo e o paganismo, entre a lei e a graça. A visita da Rainha de Sabá ao Templo de Salomão é vista como uma iniciação nos mistérios da maçonaria, onde ela recebeu os ensinamentos do rei sobre o Grande Arquiteto do Universo, o plano divino e a construção do templo interior. 
Daí tiramos tambem uma lição de humildade, ja que o grande responsável pela construção do templo, adonhiram, nem mesmo aparece no relato biblico deixando seu trabalho brilhar por ele. 

Quais são as aplicações práticas desses princípios? 


A história do Rei Salomão e da Rainha de Sabá pode nos inspirar a buscar o equilíbrio entre os aspectos masculino e feminino da nossa personalidade, entre a razão e a emoção, entre o material e o espiritual. Ela também pode nos motivar a cultivar a sabedoria, o amor, a beleza e a harmonia em nossas vidas. Além disso, ela pode nos ensinar a respeitar as diferenças culturais e religiosas entre os povos, buscando sempre o diálogo e a cooperação. Esses princípios podem ser aplicados em diversas áreas da nossa existência, como nas relações pessoais, profissionais, sociais e políticas. Eles podem nos ajudar a construir um mundo mais justo, pacífico e feliz, onde cada um possa expressar o seu potencial e contribuir para o bem comum.

Mudando a pergunta

Mudando a pergunta




Antes... quando não sabia de algumas coisas que hoje são mais claras para mim, diante de qualquer
sofrimento, vindo de alguém ou de alguma situação, costumava perguntar:- Por que essa pessoa está fazendo isso comigo? Ou: por que essa situação entrou na minha vida?
Hoje nas mesmas situações pergunto:
- O que em mim está atraindo esse problema?

E isso faz toda diferença.

No primeiro caso eu não sabia o motivo, mas... sempre ficava implícito que o que me machucava vinha de fora e, consequentemente quem deveria mudar era o outro (ou os outros)...
Geralmente, quando pensamos assim nos colocamos como vítimas, e as vítimas sempre dependem da boa vontade do outro... ficam sempre na expectativa que o outro mude e reconheça que errou... que a vida mude, que algo venha de fora para nos salvar... Ficamos na dependência de uma possível mudança do outro... das circunstâncias... sem entender que tudo só muda quando nós mudamos.

Custamos a entender que, mesmo que o "outro" mude, continuaremos atraindo inúmeros "outros" que vão nos trazer o mesmo tipo de situação... porque o problema não está no outro e sim dentro de nós.

Continuaremos na eterna posição de vítimas indefesas... e na minha opinião essa é uma das piores situações para se ficar na vida.

Mudando a pergunta para: o que em mim está atraindo essa situação ou esse problema? Mudamos tudo, porque assumimos a responsabilidade por aquilo e, portanto, a possibilidade de fazer alguma coisa para liberar o que nos faz sofrer.

O Ho'oponopono torna muito mais claro esse processo todo quando nos mostra que somos responsáveis por guardar memórias que atraem os problemas e são elas que nos colocam no círculo vicioso da eterna repetição dos mesmos padrões que tanto nos prendem e limitam nossa vida.

Se quisermos persistir no padrão é só continuar com a primeira pergunta... se quisermos realmente crescer e evoluir é só assumirmos 100% de responsabilidade e partirmos para a liberação daquilo que nos faz atrair esse tipo de situação.

Muitas coisas aconteceram depois que comecei a fazer o Ho'oponopono... uma das mais preciosas é que sinto que para tudo na vida existe uma solução... e que essa solução está nas nossas mãos...
Saber que a decisão de pedir à Divindade para limpar qualquer problema está nas nossas mãos faz uma diferença enorme. Quando entregamos à Divindade a função de limpar as memórias, que causam os problemas... e confiamos que com certeza isso está acontecendo, entendemos que a partir dessa liberação o que for melhor vai acontecer em nossa vida.
Se tivermos um entupimento em um cano que obstrui a passagem de água, sabemos que a solução é limpar o que está obstruindo o cano e que a partir daí a água fluirá livremente... Não nos preocupamos em criar com a mente o que vai acontecer com a água depois que estiver livre, porque sabemos que ela simplesmente fluirá... encontrando o melhor caminho.

Assim é com o Ho'oponopono, sabemos que quando estiverem limpas as memórias que impedem a Divindade de fluir livremente... Ela fluirá, sem que precisemos determinar seus caminhos.

E quando limpamos em nós... limpamos no Todo

Como sempre gostei da entrega, porque entendia que as escolhas do ego nem sempre são as mais acertadas, com o Ho'oponopono me sinto em casa para entregar completamente meus caminhos ao Grande Mistério, pois entendo que estou fazendo a minha parte.

Confio plenamente que, decidindo pela limpeza das memórias que causam os problemas, eles deixam de existir... e entrego meus caminhos suavemente nas mãos de Quem vai sempre me colocar no lugar certo... na hora certa... onde vou encontrar o que é melhor para minha vida, a cada dia...


BOOZ OU BOAZ?

 BOOZ OU BOAZ?

Rodrigo Peñaloza,
ARLS Abrigo do Cedro N. 8, jurisdicionada à GLMDF
1/4 de hora em 06/05/2015 

Artigo original  



No Brasil muito se confunde quanto à forma correta do nome Boaz, uns
dizendo Booz, outros Boaz. Neste texto, eu procuro mostrar duas coisas. Primeiro, que o correto é Boaz, o que, aliás, é trivial, pois, para tanto basta observar a pronúncia hebraica. Em segundo lugar — e principalmente — , eu procuro dar uma explicação sobre o porquê de os tradutores antigos, ao escreverem a Septuaginta e a Vulgata, terem optado pela transliteração incorreta do nome.

O termo Boaz aparece 18 vezes no Livro de Ruth, 3 vezes nas Crônicas, 1 vez em 1 Reis, 1 vez em Mateus e 1 em Lucas.

Na edição maçônica norte-americana da Bíblia Sagrada (Heirloom Bible Publishers, Kansas), o termo é Boaz. Na Encyclopedia of Freemasonry, de Albert Mackey (1917), é Boaz. Em Light on Masonry, de Elder D. Bernard (1828), é Boaz. O Manual of Freemasonry, de Richard Carlile (uma exposée da Maçonaria publicada aos poucos na revista The Republican, em 1825), é Boaz. No The Complete Ritual of the Scottish Rite Profuselly Illustrated, editado por um Soberano Grande Comendador (anônimo), 33o, e complementado por J. Blanchard, no século XIX (sem data), é Boaz. Em Morals and Dogma, de Albert Pike (1871), é Boaz.

Em todas as obras antigas, enfim, o termo é Boaz. Isso não nos surpreende, se observarmos que na escrita hebraica massorética, o que temos é בֹּ֫עַז (Bṓʿaz) e que, além disso, não existem vogais repetidas no Hebraico, de modo que Booz é uma pronúncia incorreta. Nos tempos modernos, o Irmão Harry Carr, em seu artigo “Pillars and globes, columns and candlesticks”, publicado em Ars Quatuor Coronatorum, Transactions of the Quatuor Coronati Lodge №2076 London, em 2001, e apresentado antes na Vancouver Lodge of Education and Research, em 20 novembro de 1998, diz que é Boaz. Nesse artigo, Harry Carr reproduz alguns trechos de exposées publicadas entre 1760 e 1765, nos quais o termo é Boaz.

Por que, então, alguns autores nacionais insistem que o correto é Booz ou, quando muito, que tanto pode ser Booz quanto Boaz? Há duas razões para esse erro. O primeiro deles — e mais óbvio — é o desconhecimento do Hebraico. Em geral o argumento usado é que na escrita hebraica antiga não existiam vogais até o surgimento dos sinais massoréticos (século X), o que, segundo eles, justificaria qualquer pronúncia. Porém, não atentam para o fato de o Hebraico não admitir vogais repetidas, o que prontamente elimina Booz, de modo que, neste caso, a suposta ambivalência não existe.

A segunda razão está nas traduções portuguesas da Vulgata. De fato, na Vulgata o termo é Booz. Se São Jerônimo (347–420 d.C.) traduziu o Antigo Testamento diretamente do Hebraico para o Latim, por que optou por Booz e não Boaz? Só vejo duas explicações. Primeiro, em sua época, ainda não existiam os sinais massoréticos, que indicam as vogais. Somente alguém absolutamente fluente em Hebraico poderia ler corretamente o texto hebraico. São Jerônimo, porém, era ilírio e só aprendeu Latim e Grego no início de sua vida adulta. Quando maduro, mudou-se para Jerusalém para estudar Hebraico. É bem provável que, diante de uma dúvida, consultasse a Septuaginta, a versão grega da Bíblia, que também traz Booz (Βοος, que deve ser lido como Βοός, pois não é possível, por razões morfológicas, dizer Βόος em Grego).

Nessa série encadeada de porquês, surge mais um. Por que a Septuaginta traz Booz e não Boaz? Por uma razão muito simples. Boaz é nome próprio e é oxítono. Em Grego, um nome próprio masculino pode terminar em –ας, como ὁ Ξανθίας (cuja pronúncia é ksanthías, donde veio o nosso Xântias), mas não pode jamais ser oxítona. O mesmo ocorre com os substantivos terminados em –ας, como ὁ νεανίας (o jovem), que não podem ser oxítonos. Por outro lado, substantivos terminados em –ος podem ser oxítonos, como θεόϛ (theós, pronuncie the-ós, com o th ligeiramente aspirado).

Dessa forma, os sábios que verteram a Bíblia para o Grego podem ter optado por Booz (Βοός) em vez de Boaz apenas para preservação do acento tônico na última sílaba, uma exigência natural se a intenção era não desvirtuar demais a pronúncia de um nome próprio e fazê-lo ser entendido pelo leitor ou ouvinte grego. Em outras palavras, se a intenção era fazer a história bíblica minimamente inteligível ao grego, os tradutores tinham de resolver a seguinte questão: ou preservavam a grafia BOAZ mas trocavam o acento tônico da última para a penúltima sílaba (ou seja, Bóaz) ou trocavam Boáz para Boós e preservavam a oxítona. O nome Boáz, oxítono, soaria muito estranho ao ouvido grego, mas não Boóz e tampouco Bóaz. O que é mais próximo de Boáz: Bóaz ou Boóz? Eles julgaram que era Boóz. Dessa forma, São Jerônimo, mesmo que estivesse ciente da correta pronúncia hebraica, pode ter optado por Booz por influência da Septuaginta, tendo preferido, sabiamente, manter uma coerência entre a versão latina e a versão grega já estabelecida há séculos.

Os autores maçônicos antigos devem ter sabido disso, pois todos, no mínimo, eram fluentes em Latim, com boas noções de Grego e alguns até de Hebraico, além de, sendo em sua maioria protestantes, terem em mãos a versão protestante da Bíblia, que, ao contrário da Vulgata, trazia Boaz, graças ao gênio de Lutero. Textos não-maçônicos também trazem Boaz, como Historiarum Totius Mundi Epitome, seção 16, de Cluverius Johannes, de 1667.

Conclui-se, assim, que a pronúncia correta é Boaz e que, além disso, Booz é apenas a herança de uma característica fonética do idioma Grego, que herdamos por intermédio da Vulgata. A opção pelo aparente erro fonético se deve à perspicácia dos antigos tradutores, convictos que estavam de tornar esse e outros nomes hebraicos inteligíveis aos ouvidos gregos, sem prejuízo do significado mais profundo das histórias que traduziam.

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