O propósito da vida não é
felicidade: é utilidade
por Darius Foroux
Traduzido de: https://medium.com/darius-foroux/the-purpose-of-life-is-not-happiness-its-usefulness-65064d0cdd59
Por muito tempo, acreditei que só há um propósito na vida: Ser feliz.
Certo? Por que mais passar por toda a dor e dificuldade? Se não
for para alcançar a felicidade de alguma forma.
E não sou a única pessoa que acreditou nisso. Na verdade, se
você olhar ao seu redor, a maioria das pessoas está buscando a felicidade em
suas vidas. Intrinsecamente isso não está errado. Porém se tomaremos esta busca
como objetivo em si só pode não ser a melhor opção.
É por isso que coletivamente compramos bugigangas que não
precisamos, vamos para a cama com pessoas que não amamos e tentamos trabalhar
duro para obter aprovação de pessoas que não gostamos.
Por que fazemos essas coisas? Para ser honesto, não me
importo com o motivo exato. Não sou cientista. Tudo o que sei é que tem algo a
ver com história, cultura, mídia, economia, psicologia, política, era da
informação, você escolhe... A lista é interminável.
Somos quem somos.
Vamos combinar. A maioria das pessoas adora analisar por que
as pessoas não são felizes ou não vivem vidas gratificantes. Não me importo
necessariamente com o porquê.
Eu me preocupo mais em como podemos mudar.
Há poucos anos, fiz de tudo para correr atrás da felicidade.
- Você compra alguma coisa e acha que isso te deixará feliz.
- Você se conecta com as pessoas e acha que isso te fará feliz.
- Você consegue um emprego bem remunerado, do qual não gosta, e acha que isso te deixará feliz.
- Você sai de férias e acha que isso te deixará feliz.
Mas, no final do dia, você está deitado em sua cama (sozinho
ou ao lado de seu cônjuge) e pensa: "O que vem por aí nessa busca
incessante pela felicidade? Qual o próximo desafio?"
Bem, eu posso te dizer o que vem a seguir: você, perseguindo
uma coisa qualquer que você acredita que te fará feliz.
É tudo uma fachada. Uma farsa. Uma história inventada.
Aristóteles se enganou quando disse:
"A felicidade é o sentido e o
propósito da vida, todo o objetivo e fim da existência humana."
Penso que temos de olhar para essa citação
de um ângulo diferente. Porque quando você lê, você pensa que a felicidade é o
objetivo principal. E é mais ou menos isso que a citação diz também.
Mas aí está a coisa: como você alcança esta tal
de felicidade?
A felicidade não pode ser um objetivo em si mesmo. Portanto, não é algo que seja alcançável.
Acredito que a felicidade é apenas um subproduto da
utilidade.
Quando falo sobre esse conceito com amigos, familiares e
colegas, sempre acho difícil colocar isso em palavras. Mas vou tentar aqui.
A maioria das coisas que fazemos na vida são apenas
atividades e experiências.
- Você sai de férias.
- Você vai trabalhar.
- Você vai às compras.
- Você saboreia bebidas.
- Você janta algo especial.
- Você compra um carro.
Essas coisas devem te fazem feliz, certo? Mas não são úteis.
Você não está criando nada. Você está apenas consumindo ou fazendo algo. E isso
é ótimo, mas não sacia.
Não me entenda mal. Eu adoro ir de férias, ou ir às compras
às vezes. Mas, para ser honesto, não é isso que dá sentido à vida.
O que realmente me deixa feliz é quando sou útil. Quando
crio algo que os outros podem usar. Ou mesmo quando crio algo que posso usar.
Durante muito tempo tive dificuldade em explicar o conceito
de utilidade e felicidade. Mas quando recentemente me deparei com uma citação
de Ralph Waldo Emerson, os pontos finalmente se conectaram.
Emerson disse:
"O propósito da vida não é ser
feliz. É ser útil, ser honrado, ser compassivo, fazer alguma diferença que você
tenha vivido e vivido bem."
E eu não entendia isso antes de me tornar mais consciente do
que estou fazendo com a minha vida. E isso pode soar pesado, mas na verdade é
muito simples.
Resumindo: Quais das suas ações estão fazendo a
diferença?
Você fez coisas úteis em sua vida? Você não precisa mudar o
mundo nem nada. Basta torná-lo um pouco melhor do que antes de você nascer.
Se você não sabe como, aqui estão algumas ideias.
- Ajude seu chefe com algo que não é de sua responsabilidade.
- Leve sua mãe a um spa.
- Crie uma colagem com imagens (não digitais) para o seu cônjuge.
- Escreva um artigo sobre as coisas que você aprendeu na vida.
- Ajude a senhora grávida que também tem uma criança de 2 anos com seu carrinho de compras.
- Ligue para seu amigo e pergunte se você pode ajudar com algo.
- Construa uma mesa.
- Comece um negócio, contrate um funcionário e trate-o bem.
Essas são apenas algumas coisas que eu gosto de fazer. Você
pode criar suas próprias atividades úteis.
Você viu? Não é nada grande. Mas quando você faz pequenas coisas úteis todos os dias, isso se soma a uma vida bem vivida. Uma vida que importa de verdade.
A última coisa que eu quero é estar no meu leito de morte e
perceber que não há nenhuma evidência de que eu tenha existido.
Recentemente li Not Fade Away, de Laurence Shames e Peter
Barton. O Livro fala de Peter Barton, o
fundador da Liberty Media, que compartilha seus pensamentos sobre morrer de
câncer.
É um livro muito poderoso e com certeza vai trazer lágrimas
aos seus olhos. No livro, ele escreve sobre como viveu sua vida e como
encontrou seu chamado. Ele também fez faculdade de administração, e foi isso
que ele falou sobre seus colegas candidatos ao MBA:
"Resumindo: eram pessoas
extremamente brilhantes, que nunca fariam nada, nunca acrescentariam muito à
sociedade, não deixariam nenhum legado. Achei isso terrivelmente triste, da
mesma forma que o potencial desperdiçado é sempre triste."
Isso pode ser dito, infelizmente, sobre a maioria de nós.
Outra pessoa que sempre se faz útil é Casey Neistat. Durante
três anos, ele postou um novo vídeo sobre sua vida e obra no YouTube. E em
todos os vídeos, ele está fazendo alguma coisa.
Ele também fala sobre como sempre quer fazer e criar algo.
Ele tem até uma tatuagem no antebraço que diz "Faça mais".
Talvez a maioria das pessoas diga: "mas por que você
trabalharia mais?" E então elas ligam a Netflix e maratonam episódios da
última série de TV que saiu. E não entendem porque estão deprimidas
Uma mentalidade diferente.
Ser útil é uma mentalidade. E como em qualquer mentalidade,
começa com uma decisão. Um dia acordei e pensei: O que estou fazendo por este
mundo? A resposta foi nada.
E nesse mesmo dia comecei a escrever. Para você pode ser
pintar, criar um produto, ajudar idosos ou qualquer coisa que você sinta
vontade de fazer.
Não leve isso como um peso.
Não pense demais.
Basta FAZER algo que seja útil.
Qualquer coisa!